O ser humano é maravilhoso. Uma complexa máquina biológica.

A diferença do Homo sapiens para os demais animais é o nosso cérebro. Temos um cérebro enorme, e que consome uma energia gigantesca. Apesar de ter apenas 2% ou 3% do nosso peso corporal, nosso cérebro consome 25% da energia do corpo quando está em repouso. Nos macacos, por exemplo, o cérebro consome só 8% de energia. Por isso não temos a força nem a velocidade deles. E eles não têm a inteligência nossa.

Em suma: esse cérebro avantajado e desenvolvido nos torna frágeis, mas também nos dá a capacidade de pensar, com tudo o que traz de bom e de ruim.

É isso mesmo! O pensar também traz consequências ruins. Os demais animais não sofrem com pensamento acelerado, ansiedade, depressão. Os demais animais não se cobram a perfeição nem criam filmes de terror na mente por situações que não existem. Tudo isso é fruto de nosso pensamento.

O pensamento é só pensamento. Uma projeção que fazemos. Não é real. Mas desperta emoções que, essas sim, são reais. E as emoções nos levam a ações que, talvez, nos arrependamos depois. Somos seres racionais. Mas também somos seres emocionais.

PERCEPÇÕES

Temos pensamentos diferentes uns dos outros. E isso porque temos histórias diferentes. História com conquistas, crenças, traumas, alegrias e tristezas. História que forma nossa personalidade. E é inevitável: carregamos tudo isso no decorrer da vida, acumulando novas experiências a cada dia. Experiências que mudam nossa forma de ver o mundo. Experiências que mudam nossas percepções.

Entender as percepções é fundamental para ter uma comunicação eficiente nas empresas.

Tendemos a pensar que a comunicação acontece quando falamos. Errado! A comunicação é concretizada no receptor, ou seja, em quem está ouvindo. Se o receptor não entender a mensagem, por mais detalhada que essa mensagem seja passada, não há comunicação efetiva. E o entendimento é fruto da percepção.

Quantas vezes, na sua vida, você se deparou com uma situação assim? Você assiste a um filme junto com um amigo ou parente e, ao sair da sala do cinema, o entendimento de um e de outro é diferente. Por quê? Porque suas experiências, suas percepções, são diferentes.

Isso quer dizer que, talvez, o que seu colaborador esteja vendo é diferente daquilo que você está vendo.

LIDERANÇA

Como saber a percepção que o colaborador tem de determinado fato? A palavra-chave é conhecimento. Conhecer cada liderado na sua essência, saber a história, os dramas, as dificuldades, os traumas. Conhecer o indivíduo vai ajudar a descobrir qual a “lente” é usada por ele para ver o mundo. E, aí, você que é líder, terá uma ferramenta poderosa para implementar uma comunicação assertiva.

E só é possível conhecer através da prática do ouvir. Ouvir na essência! Ao ouvir as aspirações e as dificuldades, passa-se a conhecer o indivíduo e cria-se um filtro poderoso para falar a linguagem correta, que toque o coração do colaborador.

A comunicação será efetiva se aquela comunicação fizer sentido para todos. Afinal, líder não é aquele que manda, mas aquele que conduz. E, para conduzir, é preciso conhecer as percepções de cada um.

Sem julgamento. Tema para o próximo artigo.