Como é gostoso pra nós londrinenses ver a repercussão do título do Londrina na Copa da Primeira Liga. Programas esportivos de rádio, televisão, jornais, portais de internet e redes sociais bombaram no dia seguinte da derrota do Atlético Mineiro. Uai?! Não foi vitória do LEC?! Justamente isso que alguns grandes veículos de comunicação enxergavam. A derrota do Atlético Mineiro. Uma das frases mais ouvidas de comentaristas nos programas de televisão e de rádio de todo o país foi:
- O Londrina que me desculpe, mas...
Sempre tinha um "mas". A impressão era que o Atlético Mineiro jogou sozinho. Dava a impressão que o atacante Fred não estava desde julho sem balançar as redes. A sensação era que a meta do goleiro César havia sido bombardeada o jogo inteiro. Dava a impressão que Robinho, Elias e outros jogadores mineiros têm a obrigação de vencer todos os jogos que disputam contra equipes consideradas menores. Uai?! Era como se o mesmo Galo não tivesse sido eliminado meses atrás de uma competição continental por uma modesta equipe boliviana. Se a leve falta de respeito não partiu de jogadores e comissão técnica, a atitude foi encabeçada por parte da imprensa dos grandes centros.
Na decisão da Copa da Primeira Liga, do outro lado existia um humilde concorrente do interior do Brasil. De Série B? Sim! Clube que teve 100% de aproveitamento na primeira fase. Uma equipe que ignorou a arrogância dos mesmos "especialistas" do mundo da bola que afirmavam a Copa da Primeira Liga ser a "Copa que Ninguém Liga". Levou o torneio com seriedade, foi campeão invicto depois de também ter eliminado gigantes do futebol nacional, como Fluminense e Cruzeiro.
O interior precisa ser encarado com mais respeito pelos grandes veículos de comunicação, principalmente por profissionais lotados nas grandes capitais do país. É preciso valorizar a conquista de alguém de menor expressão. O "pequeno" pode ter sido mais competente do que o "grande". E não necessariamente o "gigante" perdeu. O outro lado pode ter vencido. E ponto. Sem criação de casos, polêmicas e caça às bruxas. Sabe aquela história da metade cheia do copo? Tem gente que prefere ver a metade vazia.
Não é elegante dar parabéns e na sequência apontar fatores de desmerecimento. Obviamente, o favoritismo do Galo Mineiro era muito maior. Jogadores com passagens por seleções nacionais, investimento infinitamente maior, sala de troféus com muito mais "recheio", ente outros aspectos.
Mesmo assim, quer saber? O Londrina que me desculpe, mas é hora de estufar o peito e se colocar como gigante. Daqui a alguns anos, a sala de troféus do clube vai mostrar esta conquista nacional, assim como o Guarani se orgulha do Campeonato Brasileiro da Série A, o Paulista, de Jundiaí, o Criciúma, o Juventude e o Santo André são lembrados pela Copa do Brasil, entre outros do interior do país que tanto representam bem o futebol nacional.
O interior existe, é gigante e quer respeito!