É muito comum ver político abrir a boca para dizer aos microfones dos veículos de comunicação:
“O esporte é muito bom para tirar nossas crianças das ruas, para dar oportunidade ao futuro da nação…”
Ou então:
“O esporte é maravilhoso pelo fato de divulgar a região para todo o país. É uma publicidade gratuita…”
O problema está na hora praticar o discurso. Aqui em Londrina, a situação é bem exemplificada nos últimos anos, se olharmos a verba destinada ao esporte do município, principalmente às equipes de categorias de base e alto rendimento. Em 2017, foram beneficiados 47 projetos por meio de verba da Fundação de Esportes de Londrina. Sabe qual foi o valor para todos eles? R$ 3,1 milhões. E isso por que um aporte de R$ 2 milhões foi aprovado e incrementado ao valor previsto incialmente.
Para abastecer quase 50 projetos, que representam o município em competições estaduais e nacionais, o valor é insuficiente. Quem não quer ver o Moringão lotado com Londrina na Super Liga de Vôlei? No Novo Basquete Brasil? No Handebol, já temos equipe na liga nacional, mas ainda longe de alcançar os resultados de quando o time londrinense foi campeão panamericano, na década passada.
A classe política precisa fazer a parte dela. No cenário esportivo, os gestores, técnicos e atletas já mostram resultado. Na liga nacional de handebol masculino, o time londrinense está classificado para a segunda fase da competição. O basquete masculino está no segundo ano de projeto e já ficou com o segundo lugar mais alto do pódio na Taça Paraná e Campeonato Paranaense. O próximo objetivo é conseguir verba para disputa a Liga Ouro, divisão de acesso do NBB. No vôlei feminino, a medalhista olímpica Elisângela comanda um projeto para a cidade. Resultado; o município já foi convidado a disputar a Super Liga B, segunda divisão da modalidade no país.
Vale lembrar que todos estes projetos de alto rendimento não são dependentes exclusivamente das verbas públicas, já que possuem patrocinadores da iniciativa privada. Possuem também times de categorias de base. Isso é sinônimo de centenas de adolescentes da região com acesso aos benefícios da prática esportiva. São projetos que, indiretamente, ajudam ao extremo a resolver questões de saúde e de assistência social, além de atraírem adversários que movimentam o comércio da hotelaria e gastronomia.
Até o mês de dezembro o orçamento do esporte para a próxima temporada precisa estar definido. A comunidade esportiva está fazendo a parte dela e mostra que, com mais investimentos, o município só tem a ganhar. Agora é a vez dos ilustríssimos vereadores de Londrina mostrarem de que lado estão.