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A inclusão no esporte por meio do Taekwondo

06 set 2019 às 11:09
Por: Luciano Neves

Tive a oportunidade de acompanhar um treinamento com os atletas do Centro de Treinamento Zimmer que vão para o Campeonato Brasileiro de Parataekwondo, em São Paulo. O técnico Ricardo Zimmer levará cinco lutadores para a competição que será no próximo domingo (08). Eles embarcam nesta sexta (06), já que o mestre Zimmer também irá acompanhar os atletas do Paraná no Campeonato Brasileiro de Poomsae, que será no sábado, feriado de 7 de Setembro. 

No grupo dos atletas do professor, quatro deles fazem parte da Classe P20 dentro do Parataekwondo, modalidade para deficientes intelectuais. Kevin Martignoni, Beatriz Silvestre, Eduardo Fillus e Louise Peletti que participará do festival de Parataekwondo.

O outro lutador é Jeferson Amaral, que integra a classe P10, modalidade para deficientes visuais. Jeferson é grandalhão, deve ter mais de 1,90 de altura. O biotipo lhe favorece no Taekwondo. Para se localizar no tatame, ao contrário dos coleguinhas, ele precisa ser amparado pelo mestre. Mas depois que identifica a posição, o melhor é não ficar muito próximo. Os golpes de Jeferson são muito potentes. No tatame, a grande ‘arma’ do atleta são os ouvidos. Como ele mesmo explicou, um simples ruído provocado pelo atrito do pé no material do tatame lhe auxilia na orientação.

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Jeferson tem dois anos de prática de Parataekwondo e por duas vezes foi campeão dos Parajap’s, os Jogos Abertos do Paraná para atletas portadores de deficiência nessa modalidade. Agora, ele terá a possibilidade de mostrar toda a sua força no Brasileiro em São Paulo. Mas o atleta fez questão de ressaltar a importância maior do esporte para ele. O Parataekwondo diminuiu a limitação e se tornou fundamental na rotina cotidiana. “Desde o começo quando eu entrei no Taekwondo, a minha meta foi trabalhar a percepção e o equilíbrio. O esporte me ajudou a sair da depressão e me abriu portas para novas oportunidades. Tenho uma meta de construir uma carreira e evoluir cada dia mais. O Taewkondo me auxilia no andar na cidade, a trabalhar o emocional e me ajuda principalmente no cotidiano. Eu trabalho bastante a minha localização aqui dentro do tatame e isso aguça o sentido ao atravessar a rua por exemplo”, disse.

Zimmer também reforçou o peso do Taewkondo como inclusivo. “Para o Brasileiro de Parataekwondo, o Paraná está indo com onze atletas e desses cinco são aqui de Cascavel. Esses atletas participaram da categoria Poomsae, tanto na classe P10, que é para deficientes visuais, quanto para a P20, para deficientes intelectuais. O Poomsae é a prática da luta contra um oponente imaginário. Mas o esporte melhora para eles a concentração e a parte da orientação espacial. Para os deficientes intelectuais, tem uma melhoria da parte motora. Ou seja, a prática do Parataekwondo só gera benefícios para estes atletas”, explicou o professor. 

Ainda no Parataekwondo, o Paraná terá em ação no Brasileiro o atleta David Jhones Rodrigues dos Santos, do Mestre Glatz, os lutadores Pedro Paulo Neves da Silva e Henrique Dias Saskoski, da Academia Shalon, e os atletas Camila Macedo dos Santos, Erivaldo da Conceição Ferreira e Pedro Vieira Junior, de Maringá. 

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