Estipular meta audaciosa ao próprio trabalho parece ser algo desafiador, mas tornar o objetivo pessoal em informação pública parece uma tentativa involuntária de buscar uma pressão desnecessária. É o tal discurso da meta, que passa a ser acompanhado e cobrado por jornalistas e torcedores.
No início da temporada 2017, o então jovem atacante do Londrina Esporte Clube, Welisson, tinha em mente que seria titular absoluto da equipe. Confiança extrema que fez o jogador balançar a rede em um jogo-treino da pré-temporada e disparar aos microfones que a meta seria marcar 20 gols no ano. O jogo-treino não valia nada. Quando a temporada começou, o peso da meta foi maior. Welisson fechou 2017 com apenas um gol marcado em jogos oficiais.
A partir daquele momento, a cobrança foi tão forte que o jovem atleta não conseguiu retomar a confiança e o bom futebol. Um ano depois do discurso, Welisson perdeu espaço no elenco do Tubarão. A promessa de gols se tornou plano B no LEC. Na disputa do Paranaense 2018, ele chegou até a ser emprestado para o União, de Francisco Beltrão. Por lá, O atacante de 21 anos marcou apenas um gol. O clube que foi rebaixado para a divisão de acesso estadual.
Muda a temporada e agora temos um novo postulante a ser cobrado. Na entrevista coletiva concedida na última terça-feira aos jornalistas, o atacante Safira surpreendeu. O autor do gol do empate com o Fortaleza na quarta rodada do Campeonato Brasileiro da Série B falou publicamente sobre a nova meta de carreira: marcar 1 gol, no mínimo, a cada dois jogos.
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Se o atleta não se machucar e tiver condições normais de jogo até o fim da temporada, ele terá que marcar mais 17 gols para atingir a difícil meta. Do contrário, a cada dois jogos que o atacante não participar, a meta passa a ter uma rede balançada a menos no objetivo final. Vale lembrar que Safira já soma um gol pelo LEC na Série B do Brasileiro e outros quatro anotados pelo Novorizontino, na disputa do Paulistão.
Discursos de meta são sempre arriscados. Em 2015, a então presidente da república, Dilma Roussef, virou piada ao dizer frases contraditórias, uma atrás da outra. Voltando ao LEC, em 2017, Welisson “se queimou”, num vocabulário mais popular. Voltar no tempo não dá mais. A pressão já foi colocada por ele próprio. Resta saber se Safira vai fazer bonito em 2017 ou vai acertar um “tiro no próprio pé”.
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