Nas Artes Marciais Mistas (MMA), muitos dos principais lutadores do planeta são reconhecidos pelo apelido. É uma maneira carinhosa que os fãs usam para aumentar a idolatria aos astros dos octógonos. E é quase certo que muitos destes apelidos famosos acompanham os donos desde a infância. Ou pelo menos desde que iniciaram a trajetória no esporte.
Ela tem só 14 anos. A carreira dentro das artes marciais está saindo do estágio embrionário para ganhar corpo. Mas já tem um apelido forte, que impõe respeito às adversárias, e carinhoso ao mesmo tempo: ‘Sinistrinha’. Falo de Maria Heloísa Belanson. Ou se preferir ‘Maria Sinistrinha’. O apelido forte foi entoado mais uma vez no Campeonato Brasileiro de Kickboxing. O evento foi disputado no último fim de semana em Sorocaba (SP). Maria Heloísa foi campeã brasileira em duas modalidades: Point Fight e Light Contact.
A atleta de Cascavel agora é bicampeã nacional. “Foram quatro dias de competição e eu tive um bom desempenho. Tive duas medalhas de ouro”, sintetizou a Sinistrinha.
A jovem lutadora revelou como adquiriu o apelido nos tatames. Segundo ela, foi um misto de brincadeira e de respeito de quem lhe acompanha nas competições. “O apelido veio quando eu comecei a competir. Todo mundo sempre fala que eu tenho essa cara de meiga. Mas eu não sou assim dentro dos tatames. Todo mundo ficou falando: ‘você é muito sinistra’! Então pegou o apelido Sinistrinha e assim ficou”, disse ela.
Maria Heloísa ‘Sinistrinha’ treina as artes marciais com o pai, Rony Belanson. Mal ela retornou do Campeonato Brasileiro, já retomou as atividades visando as próximas competições. “Eu voltei a treinar na segunda-feira mesmo. Minhas próximas competições serão a Copa Paraná, que vai ser em agosto, e a Copa Brasil, que vai ser em setembro”, explicou a atleta. Segundo ela, Rony tem sido muito mais ‘treinador’ do que pai nos últimos dias. “Ele tem sido muito mais treinador. Agora eu estou evoluindo, mas preciso estar ainda mais preparada. E ele tem me cobrado muito”, disse.
UFC
Maria Heloísa Sinistrinha tem o sonho de se tornar lutadora profissional no UFC, a principal organização de MMA do mundo. O caminho para isso ainda é longo em virtude da pouca idade. A inspiração para ela vem a atleta Melissa Gatto, que foi professora de Jiu-Jitsu de Maria. A jovem cascavelense afirmou que torce pelo sucesso de Melissa. E aumentaria essa torcida no UFC Las Vegas do próximo dia 06 de julho. Mas a Sinistrinha ficou desapontada. Pela segunda fez, o UFC cancelou a luta da atleta cascavelense que estaria no card do evento nos Estados Unidos. Mesmo assim, Maria Sinistrinha segue firme em seu propósito. “Eu comecei a treinar MMA e tenho um sonho de seguir carreira neste esporte”, disse.
O sonho, aliás, tem apoio do pai e treinador. “A Maria tem se dedicado bastante. Faz dois treinos por dia, de segunda a sábado. A gente intercala bastante com a trajetória escolar dela, que não podemos deixar de lado. Nesse evento ela se tornou bicampeã brasileira e tem mostrado pra gente que não é um desejo momentâneo. É algo que ela quer muito. Então, no que depender de nós, isso vai se realizar. Eu acredito que, quando ela alcançar a idade adulta, já estará lutando profissionalmente”, explicou Rony.
Novas conquistas
Rony Belanson levou cinco atletas para o Campeonato Brasileiro de Kickboxing, em Sorocaba. O evento contou com a presença de 780 atletas de vinte estados do país. O Paraná ficou com a terceira posição na classificação geral. Além de Maria Heloísa, a equipe Diamond’s Fight Team se destacou ainda com Natan Alves, que, assim como Maria, faturou duas medalhas de ouro, nas modalidades Point Fight e Light Contact. Nathália Pereira ficou com duas medalhas de prata (Kick Light e Light Contact). Matheus Benetes faturou uma prata no Point Fight. E Luana Benites garantiu uma prata no Point Fight e um bronze no K1 Rules.