Confira a reportagem que foi exibida no Tarobá Esporte desta quarta (16):
Toda a vez que vejo um cadeirante na rua fico compadecido com ele. A primeira percepção que tenho é que as limitações para ele são bem maiores. De fato, quem é cadeirante ainda encontra uma calçada fora do nível ou sem uma rampa que facilite a locomoção de maneira autônoma. É fato também que é preciso ter um olhar mais sensível para que estas pessoas não tenham a liberdade cerceada pela deficiência física. Mas o jovem Lucas Fernando dos Santos, de 21 anos, não precisa de nenhum tipo de piedade. Ele é cadeirante, sim. Mas a deficiência não tirou os seus limites. Aliás, ele não tem limites, tanto é que já está se preparando para ir até a Tailândia. O motivo dessa longa viagem? Jogar basquete. Ele pratica basquete em cadeira de rodas desde os 14 anos. Começou no projeto da Associação dos Paratletas de Cascavel (APAC) e os treinamentos são no ginásio Eduardo Luvison. Os praticantes dessa modalidade, inclusive, acumulam atividades físicas. Também jogam handebol em cadeira de rodas e participam de corridas de rua para deficientes físicos. Mas foi no basquete que Lucas se encontrou. Este ano, ele foi convocado para defender a Seleção Brasileira de basquete em cadeira de rodas. Ele fez um período de treinamentos em São Paulo. Depois de uma seletiva, ele foi convocado para defender o país em um torneio no México. Neste torneio, além do Brasil e do país anfitrião, o México, também estiveram na disputa os Estados Unidos e o Canadá. Lucas Fernando acabou de voltar para casa como vice-campeão e, com isso, irá defender a Seleção Brasileira da modalidade no Mundial de basquete em cadeira de rodas, que será na Tailândia, no mês de setembro. “Primeiro, foi realizada uma semana de treinamentos em São Paulo com 17 atletas. E eu fui escolhido para estar entre os doze atletas para representar o país numa competição no México”, relatou ele.
O jogador retornou do evento no México e foi recepcionado pelos colegas de equipe e integrantes da Apac com uma festa na noite de terça-feira (15), no ginásio Eduardo Luvison. Lucas fará mais períodos de treinamento com a Seleção já visando o Mundial da Tailândia. Ele já está com viagens marcadas para os meses de abril e maio. O jogador de Cascavel também falou da emoção de defender as cores da bandeira brasileira numa competição do porte do Mundial. “É a realização de um sonho. Acho que todo o atleta almeja isso, pode representar o seu país. É um sentimento diferente e só tenho gratidão por isso”, disse.
Lucas conta como descobriu o basquete em cadeira de rodas e não pensa em abandonar o esporte. “Eu pratico basquete desde os meus 14 anos. Ingressei no esporte em 2014 e não penso em parar nunca”, disse.
Pollyana Bastos é a coordenadora do setor de paradesporto da Secretaria de Esporte de Cascavel. Ela relatou como foi o início de Lucas no esporte. “O paratleta teve sua iniciação e formação paradesportiva no município nas atividades desenvolvidas pelo setor do Paradesporto da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer na modalidade de Atletismo. Hoje ele é um dos atletas que recebe apoio do município, através do Chamamento Público da secretaria, por meio da Associação dos Paratletas de Cascavel. Ele faz parte da equipe de basquete em cadeira de rodas que representa o município em competições estaduais”, comentou a professora.