Ano após ano e a conversa é a mesma. O gestor de futebol do Londrina reclama que a torcida não vai ao estádio em grande peso. O torcedor que costuma ir sempre ao Café rebate criticando as estratégias da diretoria de futebol. E para não dizer que há controvérsia em tudo, o torcedor de sempre e a diretoria de futebol concordam com algo há bastante tempo:
“Torcedores de verdade são aqueles 3 ou 4 mil de sempre”
As brigas das últimas duas temporadas entre as partes não surtiram efeito e o público foi cada vez pior. Em 2017, chegamos ao ponto de ter um público inferior a 500 pagantes na Série B do Brasileiro. Foi contra o CRB, no Estádio do Café. Um ano novo está começando e deixo minha reflexão. Que tal mudar o pensamento para 2018?
O “torcedor de verdade” pode começar mudando o tratamento que dá aos ‘modinhas’. São rotulados assim, geralmente, aqueles que têm dois times do coração e/ou vão ao estádio somente quando o Londrina disputa um acesso nacional ou título importante. Se os “3 ou 4 mil de sempre” levarem um convidado ‘modinha’ por partida, a conta muda. Passam a ser os 6 ou 8 mil de sempre.
Se você quer estádio cheio, “torcedor de verdade”, comece mostrando o porquê disso. Qual o bom motivo de pessoas novas se mobilizarem junto a você? O novo torcedor, o ‘modinha’ ou qualquer que seja o termo, deve achar legal ir a um local que você também vai.
Depois do convite aceito na primeira vez, é preciso que o novo torcedor se sinta abraçado por quem está ali ou sinta que está sendo importante naquele momento. Novos convites devem ser feitos. E que o “torcedor de verdade” não desista do ‘modinha’ na primeira resposta negativa que ouvir.
Atrair mais público ao estádio é como um garotão paquerando uma gatinha. Dificilmente irá conquistá-la se ficar apenas xingando a moça e mostrando que ela está errada por pensar diferente dele. Dificilmente a gatinha vai dar uma chance para o garotão se ela não se sentir abraçada, importante para ele.
Não se esqueçam que Londrina é um município com pouco mais de 80 anos e foi erguida, em boa parte, pelos pioneiros que vieram de São Paulo. Além disso, temos milhares de estudantes do estado vizinho que vêm estudar na Universidade Estadual de Londrina. Não foram criados aqui e não aprenderam a torcer para time de futebol aqui. No entanto, muitos deles continuam morando em Londrina e só estão esperando um ambiente agradável para ter o Londrina como segundo time do coração… quem sabe nos próximos anos se torne o primeiro.
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