O polêmico lutador Conor McGregor chegou no início da tarde desta sexta-feira em um tribunal norte-americano, para onde foi levado por oficiais do Departamento de Polícia de Nova York após ser protagonista de uma grande confusão na última quinta no evento de promoção do UFC 223, marcado para este sábado, no Barclays Center, no Brooklyn.
O irlandês é acusado de ter cometido várias agressões dentro desta arena que abrigara a competição em uma confusão cujas consequências também provocaram baixas de lutadores que fariam parte de três combates do card principal desta edição da competição de artes marciais mistas.
O Departamento de Polícia de Nova York informou que McGregor foi processado pelo seu envolvimento nos episódios de violência, sendo que ele enfrenta três acusações de agressão e uma outra por prática de crime contra propriedade. Ele chegou ao tribunal para prestar depoimento algemado e não foi possível constatar se estava acompanhado por um advogado.
McGregor se entregou às autoridades na noite de sexta-feira após a polícia local expedir um mandado de prisão contra ele. O lutador passou a madrugada detido na delegacia após ser protagonista de uma confusão que ocorreu após o fim da entrevista coletiva com os lutadores no chamado Media Day, que serviu para promover o evento de sábado.
A confusão começou quando o russo Khabib Nurmagomedov, que fará a luta principal do UFC 223, "enquadrou" o amigo de McGregor, Artem Lobov, no hotel onde os atletas estão hospedados. O irlandês não gostou da atitude do russo e, acompanhado de dez parceiros, incluindo Lobov, invadiu o Barclays Center. À procura de Khabib, McGregor e seus amigos arremessaram vários objetivos contra um ônibus que levava os atletas. Um carrinho de mão atirado pelo lutador chegou a quebrar uma das janelas do veículo.
Na confusão, Michael Chiesa e Ray Borg, que lutariam no UFC 223 e estavam no ônibus, se lesionaram e acabaram sendo retirados da programação de combates do evento.
Presidente do UIFC, Dana White afirmou nesta sexta-feira que conversou com McGregor via mensagem de textos e relatou que o lutador lhe disse que a confusão ocorrida no dia anterior era algo que "tinha que acontecer". "Foi talvez a pior conversa que nós já tivemos", afirmou a um canal de TV esportivo FS1. "Conversamos ontem antes de ele se entregar à polícia", revelou.
Por meio de um comunicado divulgado nesta quinta, o UFC falou sobre a situação de dois atletas que lutariam neste sábado e acabaram sendo descartados do evento por causa de ferimentos provocados pelas agressões de McGregor.
"Michael Chiesa, que recebeu diversos cortes no rosto, foi considerado incapaz de lutar pela Comissão Atlética do Estados de Nova York e pela equipe médica do UFC, e retirado da luta contra Anthony Pettis. Ray Borg, que enfrentaria Brandon Moreno, foi considerado incapaz de lutar também por causa de múltiplas lesões na córnea. Também foi retirado do card a luta entre Artem Lovov e Alex Carceres devido ao envolvimento em Lobov no incidente", informou a organização, que depois garantiu: "O UFC 223 continuará programado com dez lutas. A luta entre Zabit Magomedsharipov e Kyle Bochniak foi transferida para o card principal".
Considerado um grande astro do MMA, McGregor no disputa um combate válido pelo UFC desde novembro de 2016, sendo que em agosto do ano passado foi derrotado pelo norte-americano Floyd Mayweather, por nocaute técnico, em uma luta de boxe de caráter caça-níquel, pois o irlandês nunca foi um boxeador profissional.