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Por resultado melhor, brasileiros dizem que precisam priorizar São Silvestre

31 dez 2017 às 10:50
Por: Estadão Conteúdo
Foto: divulgação -

Os atletas brasileiros mais bem colocados na São Silvestre deste ano, marcada novamente pela hegemonia dos africanos, acham que os corredores precisam colocar o evento como prioridade na temporada para que o País volte a figurar no pódio. Desde 2011, o Brasil não ficava fora da cinco primeiras colocações, seja no masculino ou no feminino.

Desta vez, a São Silvestre contou com Joziane Cardoso na décima posição e Ederson Vilela Pereira na 11ª colocação. As vitórias foram do etíope Dawit Admasu no masculino, enquanto no feminino quem ganhou foi a queniana Flomena Cheyech. "O Brasil tem atletas fortes. Na Etiópia temos altitude de 3 mil metros, que faz a diferença nos treinamentos", comentou Admasu.

O fiasco nacional foi o maior dos últimos anos na prova, mas os atletas brasileiros que chegaram bem encontraram motivos para comemorar. "Estou feliz pela décima colocação e por ter sido a primeira brasileira. Estou conseguindo chegar ao pódio nas principais competições nacionais e foi muito bom fechar a São Silvestre desta forma. Espero que na próxima edição consiga chegar entre as cinco mais bem colocadas", explicou Joziane.

Ela reconhece a superioridade das rivais, mas acha que é possível se aproximar das atletas africanas. "Elas são top, mas não é impossível para gente. Quero ir treinar na altitude porque isso ajuda muito. Elas são ótimas e treinam só para a São Silvestre. Nós chegamos com uma carga grande de competição. Precisamos priorizar mais e fazer trabalho de altitude para quebrar essa hegemonia", continuou.

Na prova, Flomena Cheyech foi se desgarrando e no oitavo quilômetro já tinha uma enorme vantagem na liderança. Ela diminuiu um pouco o ritmo, mas começou a subida da avenida Brigadeiro Luiz Antônio com uma vantagem enorme sobre a segunda colocada. Ao final, não teve trabalho para vencer a prova com o tempo de 50min18, à frente das etíopes Sintayehu Kailemichael e Birhane Adugna.

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No masculino, o grupo se manteve unido, até que o queniano Edwin Kipsang Rotich foi calçado pelo brasileiro Wellington Bezerra e acabou caindo. "Eu machuquei o joelho", disse, mancando um pouco. "Tinha muita gente atrás, não sei o que aconteceu, pois foi muito rápido. Foi uma experiência ruim para mim, mas consegui cruzar a linha. Sabia que não poderia desistir", explicou o queniano, que foi terceiro colocado.

A vitória foi de Dawit Admasu, que pouco depois da queda de Rotich assumiu a liderança e manteve passadas firmes para cruzar a linha de chegada com o tempo de 44min15, seguido por seu compatriota Belay Bezabh. "Treinei forte para essa prova e me saí bem", comentou o etíope, que já tinha vencido a prova em 2014.

Para Ederson Vilela Pereira, melhor brasileiro no masculino, a corrida serviu de aprendizado. "Eu corri com o Admasu na França, o nível dele é bem forte, fui bem com ele lá, mas no final de ano a gente chega desgastado, pois precisamos correr mais provas para fazer um pé de meia. Temos de sentar e ver onde estamos errando. Estou feliz com meu resultado, mas falta muito ainda. Precisamos nos preparar melhor, na próxima edição não podemos dar a mesma desculpa", avisou.

Animado, ele tenta olhar para seu desempenho com otimismo. "Para mim, foi uma prova na qual dei um passo a mais. Ano passado fui o segundo melhor brasileiro, na sétima colocação, e desta vez fui o melhor. Foi uma prova forte, fui mais conservador no início, e o resultado foi bom, pois serviu de aprendizado", comentou, já pensando na próxima edição. "Temos de repensar e ver onde estamos errando para colocar algum brasileiro no meio dos africanos."

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