Todos os locais
Todos os locais
Atletismo

Procuradores investigam lobby brasileiro na África para candidatura do Rio-2016

07 set 2017 às 18:30
Por: Estadão Conteúdo

A campanha liderada por Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), em favor da candidatura do Rio de Janeiro à sede dos Jogos Olímpicos de 2016 foi intensificada na África nos três meses que antecederam o pagamento de propinas a mandatários do Comitê Olímpico Internacional (COI). Documentos da diplomacia brasileira mostram que o dirigente e seus assessores estiveram na Tunísia, no Egito, na República de Guiné, Quênia, Uganda, Gana e Nigéria e que uma reunião foi realizada sem suas presenças no Camarões entre junho e final de agosto de 2009, um mês antes das transferências suspeitas.

As viagens em si não demonstram um crime porque podem ser justificadas como parte da campanha. Mas os procuradores se interessam pelo eventual cruzamento dos nomes de dirigentes com os quais Carlos Arthur Nuzman se reuniu e eventuais transferências que venham a ser identificadas. Para os magistrados, o empresário brasileiro Arthur Soares e o filho de Lamine Diack, presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), foram utilizados como intermediários por Nuzman e pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, na estratégia de "convencimento" dos dirigentes africanos.

As transferências que sustentam a investigação conjunta do Ministério Público Federal (MPF), do Brasil, e do Ministério Público Financeiro de Paris, da França, foram realizadas em favor de Papa Massata Diack, filho de Lamine Diack, no valor de US$ 1,5 milhão e US$ 500 mil, às vésperas da definição da sede dos Jogos de 2016. A maior das transações foi feita em 29 de setembro de 2009, três dias antes da votação, entre a Matlock Capital Group, empresa com sede em Miami, nos Estados Unidos, e a Pamodzi Consulting, empresa de Papa Diack. Matlock era propriedade de Arthur Soares, também dono do Grupo Facility, empresa que chegou a ser o maior prestador de serviços privados do Estado do Rio de Janeiro, com contratos R$ 3 bilhões na gestão de Sergio Cabral.

Os procuradores dos dois países acreditam que os pagamentos realizados por Arthur Soares foram uma triangulação. A propina seria, segundo suspeitam os magistrados, negociada por Carlos Arthur Nuzman com os dirigentes do COI. Soares faria os pagamentos e, em troca, receberia vantagens indevidas de parte do governo do Rio de Janeiro, maior interessado na eleição.

Para um dos procuradores ouvidos pelo Estado, a relação entre a ofensiva de Carlos Arthur Nuzman e das autoridades brasileiras na África às vésperas das transferências suspeitas são um forte indício da estratégia de compra de votos. "Isso permite esclarecer o pagamento de US$ 2 milhões três dias antes por Arthur Soares ao filho de Lamine Diack", afirmou. Para os magistrados, Nuzman era o articulador do esquema, enquanto que Sergio Cabral garantiria a origem dos recursos. "Arthur Soares e o filho de Diack foram claramente utilizados como intermediários".

Outras notícias

Atletas de Londrina buscam vaga na final do Mundial de Atletismo dos EUA

Atletas de Londrina brilham no Troféu Brasil com ouros e recorde no Rio de Janeiro

Alison dos Santos vence prova dos 400 m com barreiras na Noruega

Documentos diplomáticos revelados há 10 dias pela agência de reportagem brasileira Spotlight, a partir da Lei de Acesso à Informação, indicaram que Carlos Arthur Nuzman e Leonardo Gryner, diretor de Comunicação e Marketing do COB, realizaram uma turnê por países africanos entre junho e agosto de 2009, semanas antes das transferências financeiras para Papa Diack.

Os encontros aconteceram no Egito, entre 2 e 4 de junho; Tunísia, entre 20 e 22 de julho; na sequência, Carlos Arthur Nuzman e Leonardo Grinyer estiveram na República de Guiné; no Quênia, entre os dias 28 e 30 de julho; em Uganda, entre 30 de julho e 1.º de agosto; e em Gâmbia, em 27 de agosto, antes da Assembleia Geral da Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais da África (ANOCA), na Nigéria, em 26 de agosto.

Representantes diplomáticos brasileiros se encontraram com dirigentes esportivos e autoridades do Camarões para discutir apoio à candidatura do Rio. Na reunião da Nigéria, os dirigentes brasileiros teriam contado com a influência de Lamine Diack para convencer o conjunto dos 54 dirigentes africanos que votam no COI, um apoio determinante para a eleição da cidade brasileira.

Veja também

Relacionadas

Atletismo
Imagem de destaque

Londrinense bate recorde sul-americano e garante índice para Mundial

Atletismo
Imagem de destaque

Atletismo: Vitória Rosa é prata nos 100 metros rasos na Polônia

Atletismo

Londrinense Tatiane Raquel leva bronze no Ibero-Americano de Atletismo

Atletismo

Atletas de Londrina competem no Ibero-Americano de Atletismo

Mais Lidas

Cidade
Londrina e região

Adolescente morre após ser atingido por carro com drogas em perseguição

Cidade
Londrina e região

Boca Aberta tem candidatura à prefeitura de Ibiporã impugnada pela Justiça Eleitoral

Cidade
Londrina e região

Câmeras de segurança mostram vítima de estupro em Cambé sendo amparada

Cidade
Londrina e região

Corpo de adolescente que morreu após ser atingido por um carro é velado em Londrina

Cidade
Brasil

Polícia Militar prende suspeitos de sequestro e estupro de mulher em Cambé

Podcasts

VEJA

Podcast - Por Trás das Câmeras - EP6 - Conheça a história de Maika Martins

INOVAÇÃO

28-08-24 Podcast - ECO.TIC'NOVA - EP17 - Jean Tiago Baena (Chess IT)

INOVAÇÃO

28-08-24 Podcast - ECO.TIC'NOVA - EP16 - Vinicius Cestari (Clubmed)

Tarobá © 2024 - Todos os direitos reservados.