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Um ano após Jogos, Comitê Organizador do Rio-2016 deve R$ 100 mi a fornecedores

07 out 2017 às 06:10
Por: Estadão Conteúdo

Um ano e dois meses depois da Olimpíada, o comitê organizador (Co-Rio) ainda acumula cerca de R$ 100 milhões em dívidas com fornecedores. São nove credores, a maioria empresas contratadas para entregar material usado em estruturas temporárias dos Jogos. Restam também valores a serem reembolsados por ingressos não utilizados: R$ 1,2 milhão.

Um dos credores é a GL Events, que forneceu instalações e está processando o comitê para receber R$ 52 milhões. O processo está em fase de execução da dívida, que, com as custas judiciais, pode chegar a R$ 58 milhões. A empresa tentou negociar o pagamento, mas acabou recorrendo à Justiça diante da falta de perspectiva.

"Assim como outros fornecedores, firmamos contratos acreditando estarmos seguros, visto que o Comitê Olímpico Internacional (COI) possui uma garantia assinada pelos governos municipal e estadual para cobrir eventuais problemas e dívidas. Desta forma, entende-se que o COI deveria quitar as dívidas com os credores e depois executar a garantia", informou a GL Events, por nota.

A reportagem entrou em contato com o governo do Estado e a prefeitura do Rio para que se manifestassem sobre a possibilidade de honrar as dívidas. O governo estadual respondeu que "o balanço financeiro do Comitê Rio 2016 ainda não foi fechado, portanto o governo não tem como comentar". A prefeitura afirmou por nota que "a dívida deve ser cobrada do Comitê Rio-2016 até serem exauridas todas as medidas de cobrança". O Co-Rio preferiu não se pronunciar.

Além disso, ainda há 2.400 pessoas que aguardam o reembolso por ingressos. São os casos de quem comprou e revendeu para o próprio comitê, para receber o dinheiro de volta, ou que chegou ao jogo e descobriu que seu lugar havia sido extinto.

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O Procon-RJ recebeu cerca de 400 reclamações de pessoas que venderam os seus ingressos para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos e não tiveram reembolso. Em dezembro do ano passado, o comitê foi multado em R$ 588.216,15 pela demora no pagamento. A multa não foi paga, segundo o órgão, e a cobrança foi enviada para a Procuradoria Geral do Estado para ser inscrita na Dívida Ativa.

Uma alegação para o não reembolso é a falta de dados dos compradores para que o pagamento fosse efetuado. Para serem ressarcidas, as pessoas têm de enviar nome, CPF, e-mail usado na compra e dados bancários para o e-mail [email protected]. O prazo para a efetuação dos depósitos deve terminar no final deste mês.

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