Todos os locais
Todos os locais
Atletismo

Um ano após os Jogos Olímpicos, Rio de Janeiro sofre com arenas caras e vazias

04 ago 2017 às 08:05
Por: Estadão Conteúdo
Foto: Divulgação -

Mais do que um contratempo, a perda da chave que servia para abrir um dos portões do estádio do Engenhão na primeira disputa dos Jogos Olímpicos do Rio, em 3 de agosto do ano passado, acabou sendo representativa: a Olimpíada seria uma festa linda, mas as instalações esportivas ainda dariam muita dor de cabeça. Um ano depois, o governo federal e a cidade do Rio de Janeiro tentam manter em uso equipamentos esportivos grandes, caros e que passaram a maior parte dos últimos meses vazios ou fechados - a síntese do que se convencionou chamar de "elefantes brancos".

O portão sem chave do Engenhão, um ano atrás, teve solução rápida e prosaica. Ele foi aberto em minutos com a ajuda de um alicate do Corpo de Bombeiros. Já as instalações olímpicas que compõem o Parque Olímpico da Barra, na zona oeste do Rio, e o Parque Radical, na zona norte da cidade, passaram a maior parte do ano fechadas.

O caso mais emblemático é o do Parque Radical. Prometido para ser uma área de lazer à população da região mais pobre da cidade, além de ser uma opção para treinamento de atletas da canoagem slalom e do ciclismo BMX, o local está fechado desde dezembro. Imagens feitas pelo Estado na última terça-feira mostram que as águas do lago artificial construído para os Jogos estão totalmente turvas. Mesmo assim, a manutenção do parque consome R$ 750 mil todos os meses dos cofres municipais.

"É um equipamento complexo, caríssimo, de difícil manuseio, com 500 mil metros quadrados de área e uma corredeira de 30 milhões de litros de água", informou em nota a secretaria de Esportes do Rio de Janeiro. "Recebemos o Parque Radical fechado, sem contrato de gestão, e, o mais importante, sem orçamento previsto para mantê-lo".

A assessoria do ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB) contesta o fechamento do local. "Não há explicação para que o Parque Deodoro esteja fechado. O espaço foi inaugurado em dezembro de 2015 e funcionou plenamente até o fim da gestão passada", disse, em nota.

Outras notícias

Atletas de Londrina buscam vaga na final do Mundial de Atletismo dos EUA

Atletas de Londrina brilham no Troféu Brasil com ouros e recorde no Rio de Janeiro

Alison dos Santos vence prova dos 400 m com barreiras na Noruega

As instalações olímpicas na área militar de Deodoro, ao lado do Parque Radical, funcionam, mas ainda estão à espera de reformas prometidas há meses. O local já comportava os Centros de Tiro, Hipismo, Hóquei sobre Grama e o Centro Aquático de Pentatlo Moderno - instalações que foram reformadas para a Olimpíada -, e ganhou ainda a Arena da Juventude. As obras de readequação das arenas, conhecidas como retrofit, no entanto, ainda não foram realizadas.

"Até a presente data as avarias sob responsabilidade do Comitê Rio-2016 não foram reparadas", informou o coronel Aurélio da Silva Bolze, declarando ainda que "o comitê informa que não dispõe de recursos para efetivar os reparos necessários." Ao Estado, o Rio-2016 confirmou as pendências e informou que "está em negociações" com o Exército. As reformas estão avaliadas em cerca de R$ 1,6 milhão.

As instalações esportivas de Deodoro são administradas com recursos do Ministério do Esporte. De acordo com a pasta, foi celebrado "um Termo de Execução Descentralizada (TED) no valor de R$ 35,8 milhões para serem investidos na manutenção e na administração" das arenas.

PARQUE OLÍMPICO - Naquele que ficou conhecido como "o coração dos Jogos", a falta de utilização não é muito diferente, apesar do esforço da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo) em manter a área em funcionamento.

O Parque Olímpico da Barra só é aberto à população aos finais de semana. As arenas que estão sob gestão do Ministério do Esporte - Arenas Carioca 1 e 2, Velódromo e Centro de Tênis - vêm sendo ocupadas timidamente desde fevereiro e a sua manutenção está orçada em R$ 45 milhões para este ano. As instalações a cargo da prefeitura do Rio estão praticamente sem nenhum uso.

O maior exemplo é a Arena do Futuro, palco do handebol nos Jogos do Rio-2016. Antes da Olimpíada, a promessa era de que ela seria desmontada e transformada em quatro escolas. Até hoje, porém, a construção se mantém de pé, vazia e sem previsão de desmonte. A alegação é falta de recursos. "A viabilidade dessa iniciativa ainda está sendo avaliada. No momento, a prioridade da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação, é finalizar 30 Escolas do Amanhã e recuperar as antigas unidades que necessitam de reforma", informou a assessoria do atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB).

A gestão anterior, por sua vez, cita falta de "vontade política" da atual administração municipal. "Até agora não foi sequer aberto o processo de licitação para a transformação da Arena 3 em uma escola municipal; (nem mesmo para) a desmontagem da Arena do Futuro para a construção de quatro escolas e a desmontagem do aquático para a construção de duas piscinas olímpicas", criticou, por meio de sua assessoria.

O estádio Aquático teve as suas piscinas retiradas pelo Exército, mas a estrutura externa permanece de pé. E poderá permanecer assim até o fim do ano.

No último domingo, parte da cobertura do Velódromo pegou fogo e o piso de madeira siberiana foi danificado. A construção consumiu R$ 143 milhões em recursos públicos, não tem seguro e gasta cerca de R$ 200 mil em energia elétrica todos os meses. A polícia investiga as causas do incêndio, atribuído previamente à queda de um balão.

Veja também

Relacionadas

Atletismo
Imagem de destaque

Londrinense bate recorde sul-americano e garante índice para Mundial

Atletismo
Imagem de destaque

Atletismo: Vitória Rosa é prata nos 100 metros rasos na Polônia

Atletismo

Londrinense Tatiane Raquel leva bronze no Ibero-Americano de Atletismo

Atletismo

Atletas de Londrina competem no Ibero-Americano de Atletismo

Mais Lidas

ELEIÇÕES 2024
Londrina e região

Veja a lista com os 19 vereadores eleitos em Londrina para a legislatura 2025

Cidade
Londrina e região

Seis jovens ficam perdidos em mata após passeio em cachoeira na zona sul de Londrina

Cidade
Londrina e região

Homem de 30 anos morre em acidente com motocicleta na Avenida Leste-Oeste

Cidade
Londrina e região

PCPR identifica corpo que foi encontrado carbonizado na zona norte de Londrina

Cidade
Londrina e região

Homem com tornozeleira eletrônica é assassinado na zona norte de Londrina

Podcasts

TURISMO

Podcast A Hora do Café - EP4 - Fernanda Corrêa da Rota do Café

A HORA DO CAFÉ

Podcast A Hora do Café - EP3 - Cris Malauz barista e empreendedora

VEJA

Podcast - Por Trás das Câmeras - EP6 - Conheça a história de Maika Martins

Tarobá © 2024 - Todos os direitos reservados.