Depois de amargar um prejuízo de cerca de R$ 100 milhões no ano passado, o GP do Brasil de Fórmula 1 deve se recuperar financeiramente na atual temporada. A chegada de um novo patrocinador master deve deixar as contas da corrida brasileira no azul neste ano, segundo o promotor do GP, Tamas Rohonyi.
"A previsão é de que este deve ser um ano bom até. O ritmo de venda de ingressos neste momento está 50% acima do que estava no ano passado. Não sei dizer exatamente por quê", afirmou Rohonyi, ao ser questionado pelo Estado. Ele concedeu entrevista a poucos veículos nesta segunda-feira, ao anunciar a troca do hospital oficial da corrida.
Sem revelar estimativas, ele acredita que não haverá prejuízos neste ano, ao contrário da previsão feita ao Estado no GP do Brasil de 2016. Em meio à disputa da etapa do ano passado, Rohonyi previu um "buraco de US$ 3 milhões a US$ 5 milhões" em 2017, em entrevista exclusiva.
"Em relação a 2013 e a 2014, nossa receita caiu. Ano passado caiu mais, talvez mais em função da Olimpíada do que pela situação do País", diz, referindo-se à fuga de patrocinadores rumo ao evento olímpico. "Agora a impressão que tenho é que a nossa situação econômica variou muito pouco de um ano para o outro."
O que deve tirar o GP do vermelho é a busca de um novo patrocinador. Em 2016, a etapa brasileira de F-1 deixou de ser apoiada pela Petrobrás, abatida por prejuízos seguidos e denúncias de corrupção. O fim do acordo com a Shell também afetou as contas do GP. Já neste ano a prova terá o patrocínio da Heineken.
"A Heineken ajudou e ajuda muito", destaca o promotor da corrida, antes de citar outro apoio fundamental à realização da prova. "Este evento sobrevive basicamente pela presença da TV Globo", afirma, ao citar o canal que é dono dos direitos de transmissão da categoria.
O prejuízo do ano passado chegou a colocar em risco a etapa brasileira da Fórmula 1. Em razão das previsões negativas, Bernie Ecclestone, então chefão da categoria, adicionou um asterisco ao lado da prova de São Paulo no calendário do campeonato. Era uma forma de pressionar os organizadores brasileiros uma vez que, pelo acordo que o GP tinha com Formula One Management (FOM), toda perda é saldada pela empresa que administra a F-1.