De saída da Fórmula 1, Fernando Alonso vem chamando a atenção desde o início do ano pelas críticas quanto à previsibilidade das corridas da categoria. Nesta terça-feira, uma voz inesperada concordou com o piloto espanhol. Trata-se de Sean Bratches, diretor comercial da F-1, uma das pessoas mais poderosas da atual gestão do Mundial.
Questionado sobre as críticas de Alonso, Bratches disse que o piloto da McLaren está certo, em evento da revista "Motorsport Week". "Acho que há uma oportunidade para a Fórmula 1 ser menos previsível e é importante que consigamos alcançar este objetivo", declarou o diretor comercial da categoria.
"Se você observar os números, desde a temporada 2015 apenas três times venceram corridas, apenas três times. Então, sim, é muito previsível", reiterou o dirigente. Na verdade, somente Mercedes, Ferrari e Red Bull têm vencido provas desde o GP da Austrália de 2013, alcançando uma sequência de mais de 100 corridas. Neste ano, este domínio do trio em pódios só foi quebrado pelo mexicano Sergio Pérez, da Force India, no Azerbaijão.
Bratches comparou a Fórmula 1 ao Campeonato Inglês para provar a sua opinião, que é a mesma de Alonso. "Se você observar o Campeonato Inglês, desde a temporada 2014/2015 as três piores equipes venceram ou empataram com os seis melhores em 29% dos confrontos", disse o dirigente.
"Se você é o Cardiff, por exemplo, um fã do Cardiff loucamente otimista, pode até pensar que pode ser campeão. Mas quando você joga contra o Chelsea ou o Manchester City você não precisa ser louco para cogitar uma vitória. Isso não acontece na Fórmula 1", disse Bratches.
"Acho que Alonso está certo e nós temos um plano para corrigir isso a previsibilidade. E eu gostaria de que ele continuasse aqui na F-1 por mais dez anos para fazer parte disso", disse o dirigente. "Ele se tornou um grande embaixador do esporte, um herói, uma lenda", elogiou.
Bratches, contudo, não revelou quais são os planos da categoria para reduzir a previsibilidade das disputas. O diretor comercial se tornou um dos três principais dirigentes da F-1 desde que o grupo Liberty Media comprou a categoria. Ele divide as atenções na cúpula da organização com Ross Brawn, responsável pela parte mais esportiva. E ambos estão logo abaixo de Chase Carey, CEO da F-1.