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Em obras, Interlagos é preparado para receber a Fórmula 1 sob o novo regulamento

16 ago 2017 às 07:14
Por: Estadão Conteúdo

Para uma Fórmula 1 mais veloz, um autódromo mais reforçado contra acidentes. Interlagos seguirá essa lógica para, nos próximos meses, estar preparado para o Grande Prêmio do Brasil, em novembro. Até lá, a pista em São Paulo vai ganhar reforço nas barreiras de pneus, novas proteções para impacto em uma das curvas e ranhuras para prevenir o asfalto contra o acúmulo de água da chuva.

O novo regulamento da competição para 2017 alterou os carros e, por consequência, as pistas. As novas dimensões das asas, os pneus mais largos e mudanças aerodinâmicas possibilitam um ganho de velocidade estimado em até 50 km/h a cada curva, tempos de volta mais baixos e recordes de velocidade.

"Em função do aumento de velocidade, teremos em algumas áreas o aumento da estrutura de pneus, das barreiras e alguns 'groovings' (ranhuras) para melhorar a drenagem da pista em pontos que a FIA (Federação Internacional do Automobilismo) nos pediu", explicou ao Estado o presidente da SPObras, Vitor Aly.

As intervenções de segurança feitas pela Prefeitura vão custar cerca de R$ 7 milhões. Segundo Vitor Aly, as obras começam nos próximos dias. "O combinado entre a organização e a Prefeitura é estar com tudo entregue um mês antes da corrida. Tudo está dentro do prazo", afirmou. A prova deste ano, marcada para o dia 12 de novembro, será a penúltima do calendário.

A atualização da pista em parâmetros de segurança está confirmada pela organização da prova para pelo menos quatro curvas. Em três delas, no miolo do circuito, as áreas de escape vão ganhar fileiras extras de pneus para absorver possíveis batidas. Uma outra freada também pode ter a área de escape alterada pelo mesmo motivo.

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Já na subida para a reta dos boxes, pouco depois da Junção, a mudança será o reforço de uma barreira de "soft wall". Na impossibilidade de recuar o muro, que está bem próximo ao asfalto, o local vai ganhar essa forma diferente de segurança, criada nos circuitos ovais dos Estados Unidos.

A barreira consiste em um sistema de tubos de aços ocos fixados à parede de concreto por espumas flexíveis e propicia, em caso de batida, amortecer a energia da colisão e evitar que o carro retorne à pista e possa ser atingido por outro piloto.

"Toda vez que se mexe no carro e a velocidade muda, altera a projeção de impacto e é preciso atualizar a estrutura. Nossa preocupação é dissipar o impacto da batida e evitar que o piloto sofra", afirmou o engenheiro chefe do GP do Brasil, Luis Ernesto Morales.

Próxima à colocação do soft wall estará outra novidade na pista para o próximo GP. No local, assim como na freada da reta oposta, o asfalto ganhará ranhuras para escoar a água da chuva e evitar a aquaplanagem dos carros. Esse sistema, conhecido como "grooving", teve de ser reforçado, também a pedido da FIA, após a forte chuva na corrida do ano passado ter causado acidentes durante o GP.

O "grooving" já havia sido realizado no autódromo em anos anteriores. A medida precisou ser refeita, pois, como em 2014 houve o recapeamento completo do asfalto, as marcas para escoamento da água não ficaram mais tão profundas no piso.

RECORDES - A velocidade maior dos carros da Fórmula 1 neste ano já propiciou quebras de recordes. Em todas as 11 etapas realizadas no campeonato até agora, os tempos de pole position foram inferiores aos da temporada passada.

Na China a diferença foi a maior de todas. O inglês Lewis Hamilton, da Mercedes, reduziu em quatro segundos o tempo da pole position do ano passado. Em três GPs (Rússia, Azerbaijão e Áustria) foi registrada a volta mais rápida da história da pista durante as corridas.

A expectativa dos organizadores é de que Interlagos consiga quebrar no próximo GP o recorde tanto de tempo do treino como de melhor volta na corrida. As duas marcas pertencem ao colombiano Juan Pablo Montoya e foram conseguidas ainda em 2004, pela Williams. "Esperamos ter novas marcas, mas isso vai depender das condições do tempo. Chuva ou mesmo dias muito quentes não favorecem os pilotos", afirmou Luis Ernesto Morales.

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