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Fórmula E cancela prova no Brasil em 2019 e fala em 'problema político'

16 mar 2018 às 12:45
Por: Estadão Conteúdo

São Paulo e o Brasil não estarão no calendário da próxima temporada da Fórmula E, categoria de carros elétricos. Apesar de uma prova no Anhembi estar prevista inicialmente para este fim de semana e depois ser adiada para o ano que vem, a organização da categoria confirmou nesta sexta-feira que a possível estreia do País na agenda da competição será, talvez, somente em 2020, desde que as negociações para a realização da corrida se concretizem.

"Já estamos terminando o calendário da próxima competição e não estamos suficientemente avançados com o Brasil", disse ao Estado o presidente e fundador da Fórmula E, o espanhol Alejandro Agag, em entrevista exclusiva em Punta del Este, local da prova de sábado. A cidade uruguaia ganhou a chance de receber a categoria como plano B após São Paulo desistir de organizar o evento no fim do ano passado.

O processo de privatização do Anhembi levou a prefeitura de São Paulo a abrir mão da prova. "O problema é que o sambódromo está com umas mudanças, não se sabe se iam privatizar ou não. Para mim, foi uma surpresa, porque as autoridades e a prefeitura nos haviam dado a garantia de que tudo estava OK, mas não estava. Agora vamos com um pouco de precaução", afirmou Agag.

Criada em 2012, a Fórmula E teve a primeira temporada iniciada em meados de 2014. A categoria é organizada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), mesma entidade responsável pela Fórmula 1, e organiza provas em circuitos de rua, com carros elétricos. A proposta principal é incentivar a energia sustentável e a inovação.

"No Brasil, tinha muito interesse, disposição e abertura dos governantes em receber a prova. Mas no fim não se pode fazer mais por motivos políticos do que pela vontade do governo", disse o dirigente. O circuito a ser utilizado pela Fórmula E no Anhembi seria parecido ao da Fórmula Indy, categoria americana que realizou provas em São Paulo entre 2010 e 2013.

Para os planos da categoria, o Brasil é uma etapa estratégica para impactar o mercado sul-americano. "Brasil, assim como outros grandes países, como China, Índia e Estados Unidos, são fronteiras para ganhar a batalha do carro elétrico. Para as montadores, são locais prioritários, porque se esses países adotam o carro elétrico, todos devem seguir", afirmou Agag. O País tem dois representantes na Fórmula E, Nelsinho Piquet e o atual campeão Lucas di Grassi.

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