No cenário mundial, Brasil e Austrália não chega lá a ser uma grande rivalidade. Mas no contexto atual do futebol feminino, as duas seleções podem ser sim consideradas rivais. Entre jogos amistosos e competições oficiais, os duelos são marcados pelo equilíbrio. Em Jogos Olímpicos e Copas do Mundo, por exemplo, as duas seleções se enfrentam sete vezes, com cinco vitórias brasileiras e duas australianas.
A meia Andressa Alves sabe bem o que é enfrentar as australianas. Figurinha carimbada na Seleção Principal desde 2012, a jogadora da Roma já foi eliminadas pelas rivais na Copa do Mundo FIFA 2015 e, no ano seguinte, esteve em campo na revanche nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Desta vez, melhor para o Brasil que nas quartas de final da competição despachou as adversárias.
No próximo sábado (23), o confronto ganha um novo capítulo. Na primeira vez sob o comanda de Pia Sundhage, Brasil e Austrália irão se enfrentar em dois jogos preparatórios. De olho nos próximos compromissos, Andressa apontou o que espera do reencontro entre as duas seleções.
"A expectativa é alta. Recentemente jogamos contra a Argentina, e o nível é diferente. A Austrália é muito forte e intensa fisicamente e vai ser um desafio pra gente. Precisamos jogar contra grandes seleções para cada dia melhorarmos e chegarmos bem preparadas para a Copa América. Conseguir nosso objetivo que é a vaga, e assim, poder disputar a Copa do Mundo", destacou.
Apesar da pouca idade - como Andressa gosta de ressaltar em brincadeiras - aos 28 anos, a meia já tem um longo currículo com a Seleção Brasileira. No duelo diante do Canadá, válido pelas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, completou 100 jogos com a camisa do Brasil. Desde 2012 servindo a Canarinho, a paulista agora recebe uma nova geração de atletas que pedem passagem na renovação na equipe principal.
"Todo mundo fala isso ‘experiente’, mas gente eu só tenho 28 anos, viu? Eu só sou experiente porque estou aqui na Seleção há mais de dez anos (risos). Mas a gente fica muito feliz pela renovação, todas as seleções no mundo passam por isso. A gente tem grandes atletas, a Seleção Sub-20 tem grandes atletas, as meninas que vêm jogando o Campeonato Brasileiro estão fazendo grandes jogos, então é uma geração diferente e que pode dar grandes futuros. Essa geração pode mudar a história do futebol feminino, por isso, a gente puder acelerar essa renovação, que já era pra ter acontecido antes, sem esquecer também das veteranas, porque essa mescla dá muito certo na Seleção", exalta.
Nesta quarta-feira (20), a técnica Pia Sundhage comandou o primeiro treino da Seleção Feminina em Sidney. Com apenas a presença das meias Andressa Alves e Ary Borges e das goleiras Lorena e Karen, o trabalho teve o intuito de acelerar a aclimatação das atletas. De olho nos dois duelos, a treinadora já deu o tom do que espera do Brasil diante das donas da casa.
"A Pia tem pedido para que sejamos mais ofensivas e criativas, que o meio de campo seja mais dinâmico para que a gente consiga colocar mais bola para as atacantes. Assim, teremos a oportunidade de usar o um contra a um e chegar na linha de fundo. Ela tem pedido um pouco mais de velocidade e intensidade para o ataque", finaliza Andressa Alves.
O primeiro encontro entre Brasil e Austrália será neste sábado (23), às 5h50 (horário de Brasília), sendo o segundo na próxima terça-feira (26), às 6h05 (horário de Brasília), ambos na Commbank Stadium, em Sidney.
(CBF)