A suada classificação do Cruzeiro à terceira fase da Copa do Brasil com a vitória somente na disputa por pênaltis sobre o Boa, em Varginha (MG), deixou o técnico Adilson Batista satisfeito pelo que foi mostrado em campo, mas não o impediu de fazer críticas por conta da sequência desgastante a que o time está passando na semana do clássico contra o Atlético-MG, pelo Campeonato Mineiro, que será neste sábado, no estádio do Mineirão.
O maior alvo do treinador é a Federação Mineira de Futebol (FMF), que não atendeu a um pedido do Cruzeiro para que o clássico pela oitava rodada do Estadual fosse remanejado para domingo. Além disso, citou também que o time já foi obrigado a viajar duas vezes para a cidade de Tombos (MG), em um trajeto que supera nove horas de ônibus, para enfrentar o Tombense.
"Eu estou mais preocupado com a recuperação, com a alimentação, com o sono, com a volta e com o descanso, com a concentração, com o treino lá na véspera, que é na sexta. Tínhamos pedido para jogar no domingo, mas a Federação está com a gente, né? Mandou a gente duas vezes para Tombos, a gente pediu para o jogo ser no domingo, para ter um dia a mais, o adversário tem uma semana tranquila... faz parte do processo. Tem que passar por cima de muita coisa aqui este ano", afirmou Adilson Batista.
Por conta do desgaste, a comissão técnica decidiu dar folga ao elenco nesta quinta-feira após a volta a Belo Horizonte. O time se reapresentará na tarde desta sexta e fará um único treinamento na Toca da Raposa II para o clássico.
As reclamações do treinador não pararam por aí. Em outro momento da entrevista coletiva em Varginha, ele disse que o cartão amarelo recebido pelo volante Filipe Machado (que o tirou do clássico) diante do Uberlândia, no último domingo, foi "tendencioso". "Eu pensei em colocar o Pedro, mas eu tinha preocupação. Já não tenho o Machado para o clássico, por uma discussão no final do jogo, mas eu achei tendencioso o cartão, para tirar, justamente, do clássico", comentou.
Adilson Batista não deixou de fazer uma provocação ao rival. Questionado sobre a organização do Cruzeiro em campo contra o Boa, o treinador rebateu, sendo irônico, sobre o atual momento do Atlético-MG, que demitiu o treinador venezuelano Rafael Dudamel com menos de dois meses de trabalho. "Eu acho que (o Cruzeiro) não está desorganizado. Lá (no Atlético-MG) está tão organizado que já mandaram treinador embora. Lá está dois pontos atrás de nós (no Mineiro)", completou.
Com 14 pontos, o Cruzeiro ocupa a quarta colocação no Estadual e está dentro da zona de classificação às semifinais. O Atlético-MG é o quinto, com 12. A liderança é do América-MG, que tem 17, seguido por Tombense e Caldense, com a mesma pontuação cruzeirense.