Com o elenco ainda treinando em separado, em suas casas, por conta da pandemia do novo coronavírus, os bastidores agitam o São Paulo. A diretoria do clube tricolor ainda sonha em manter por mais algum tempo o atacante Antony, uma de suas principais promessas que já foi vendida para o Ajax, da Holanda, no início deste ano.
O gerente executivo de futebol Alexandre Pássaro afirmou que ainda sonha com uma possível permanência do jogador, apesar de achar isso muito difícil. Conforme estabelecido na negociação, o atleta de 20 anos deve se apresentar ao seu novo time no final deste mês.
Uma maneira de Antony permanecer seria se o calendário europeu tivesse uma grande mudança e o Campeonato Holandês adiasse a sua programação, mas ele já foi encerrado no dia 24 de abril seguindo uma determinação do governo local de não ter eventos esportivos até o final de agosto.
"Muito provavelmente ele deve sair agora no dia 30 de junho. Toda sinalização que temos é de que o Ajax vai começar a pré-temporada ou no final de junho ou no começo de julho. É uma coisa ainda incerta lá. Eu falo com o Overmars (dirigente do Ajax) toda semana. Mas ele deixou muito claro que quer o Antony para o início da pré-temporada. Se por ventura essa pré-temporada do Ajax for começar em agosto ou setembro por algum motivo, por causa dessas trocas, o campeonato foi encerrado, pandemia e tal, aí quem sabe a gente tenha um espaço para poder sonhar com o Antony um pouquinho mais conosco. Caso contrário ele, ele deve ir mesmo agora no dia 30 de junho", contou Pássaro em entrevista à rádio Transamérica.
O valor da transação de Antony com o Ajax está fixado em 15,75 milhões de euros (R$ 92,2 milhões na cotação atual), sendo 9,75 milhões (R$ 57 milhões) no momento de sua saída e mais 6 milhões (R$ 35,1 milhões) no final deste ano. Além disso, ficou firmado que mais 6 milhões serão destinados ao São Paulo caso o atacante cumpra metas no clube holandês.
DANIEL ALVES - Sobre redução salarial dos jogadores, de 25%, Pássaro disse que os líderes do elenco foram compreensíveis quando participaram da reunião que acertaria essa questão. Além disso, destacou o fato de Daniel Alves, um dos jogadores com maior salário, aceitar receber os valores de direito de imagem semestralmente no ato da negociação.
"No começo com muita boa vontade ele aceitou, disse que não teria problema. Não eram nem seis meses. Eram quase 10. Disse que, se o São Paulo poderia pagar a primeira daqui a 10 meses, não teria problema. Temos feito esforço para honrar e estar em dia com ele porque esse foi o combinado. O pagamento se refere ao período daqui para trás, não para frente", explicou.
Uma das alternativas que o São Paulo achou para acertar os pagamentos de Daniel Alves foi a de utilizar uma empresa especializada para conseguir parceiros, assim como o marketing do clube.
"Há um tempo de amadurecimento. No ano passado o Daniel Alves não tinha aparecido como jogador do jeito que está aparecendo esse ano: fazendo gol, se firmando na posição. Hoje ninguém discute mais a posição do Dani no time do São Paulo. Se eu fosse presidente de uma empresa que tem interesse em contar com a imagem do Daniel, também esperaria um pouco para entender como a imagem dele se situaria na volta para apostar ou não", finalizou o gerente.