O duelo paulista deste sábado (19), entre Portuguesa e Santo André, opõe duas das camisas mais pesadas da Série D do Campeonato Brasileiro. O confronto vale pela terceira rodada do Grupo 7. A bola rola a partir das 15h (horário de Brasília), no Canindé, em São Paulo.
Os times figuram na zona de classificação à próxima fase, mas ainda não embalaram na competição. Em quarto lugar, a Lusa soma dois pontos após empates com Cianorte-PR (2 a 2, no Canindé) e Madureira-RJ (1 a 1, no Conselheiro Galvão, no Rio de Janeiro). O Ramalhão aparece uma posição à frente, com os três pontos conquistados na estreia, quando derrotou o Bangu-RJ por 2 a 1 em Moça Bonita, na capital fluminense. Na rodada passada, a equipe do ABC foi superada pelo Boavista-RJ no Distrital do Inamar, em Diadema (SP), por 1 a 0.
Entre os 68 clubes que iniciaram a Série D deste ano, a Portuguesa é o que mais vezes disputou a Série A: 35. Em 1995, a Lusa foi vice-campeã brasileira, batida pelo Grêmio na final. A última participação foi em 2013, quando foi rebaixada após a perda de pontos pela escalação irregular do meia Heverton. A queda desencadeou uma crise na equipe rubro-verde, que passou as últimas quatro temporadas sem divisão nacional.
A vaga à Série D veio graças ao título da edição 2020 da Copa Paulista, torneio voltado a clubes de São Paulo que não competem nas divisões do Brasileiro. Na temporada atual, a Lusa se classificou ao mata-mata da Série A2 (segunda divisão) do Campeonato Paulista, onde está há seis anos, mas foi eliminada nas quartas de final pelo Água Santa. Depois do Estadual, foram contratados 11 reforços. Três vieram do próprio algoz da Série A2: o atacante Cesinha e os volantes Marzagão e Tauã.
“Meu balanço [da temporada até o momento] é que tivemos um pouco de oscilação. Tivemos que mudar de sistema um pouco e sofremos algumas perdas importantes por lesão [durante a Série A2], de peças que já estavam entrosadas. Mas vejo que isso é normal em uma competição. Estamos no G4 após as duas primeiras rodadas e vai ser equilibrado até o final. Acredito que estamos no grupo mais equilibrado ou um dos mais equilibrados”, analisou o técnico Fernando Marchiori à Agência Brasil.
O zagueiro Fernando Lombardi (dores no calcanhar direito) e o atacante Wilmar Jordán (lesão no posterior da coxa esquerda) se machucaram contra o Madureira, não treinaram com bola durante a semana e são dúvidas no time, que já tem seis atletas no departamento médico. Por outro lado, o lateral Douglas Dias se recuperou de uma contusão muscular e o goleiro Matheus Refundini foi liberado após testar negativo para o novo coronavírus (covid-19). Ambos estão à disposição.
A provável Lusa neste sábado terá Dheimison; Jefferson Feijão (Douglas Dias), William Magrão (Fernando Lombardi), Diogo Jussani e Dênis Neves; Caíque, Marzagão, Raphael Luz e Maikinho; Lucas Douglas e Wilmar Jordán (Anderson Lessa).
O Santo André, por sua vez, é quem tem a conquista mais significativa entre os clubes da Série D. Em 2004, o Ramalhão surpreendeu o país ao levantar a taça da Copa do Brasil no Maracanã, superando o Flamengo por 2 a 0 diante de 80 mil torcedores. No ano seguinte, disputou a Libertadores pela primeira vez. Em 2008, o time do ABC foi vice-campeão da Série B e assegurou o retorno à primeira divisão nacional após 25 anos. Já em 2010, alcançou a decisão do Campeonato Paulista e quase surpreendeu o Santos da então promessa Neymar.
No ano passado, antes da pandemia, os andreenses tinham a melhor campanha do Paulista. O torneio foi interrompido por 128 dias e a equipe, que acabou perdendo atletas durante a paralisação, não conseguiu manter o ritmo. Ainda assim, alcançou as quartas de final e se credenciou à Série D deste ano, torneio que não disputava desde 2013. No Estadual de 2021, o clube caiu na fase de grupos, mas assegurou a permanência na elite do futebol do estado.
Do grupo que disputou o Paulista, restaram quatro jogadores: o lateral Ruan, o zagueiro PV, o volante Dênis Germano e o goleiro Fabrício Araújo. Ao elenco, foram incluídos atletas que estavam emprestados, outros que subiram das categorias de base e mais nove contratações (entre elas, a do veterano atacante Nunes, de 39 anos), além do técnico Wilson Júnior.
“A equipe é bem mudada em relação ao Paulistão. É uma equipe jovem, reforçada por contratações. Espero que para a sexta rodada a gente esteja mais entrosado, mas a equipe já tem evoluído. Os atletas têm se esforçado muito e nós também entendendo o que temos a dar para tirar o melhor de cada jogador. O Santo André é uma equipe tradicional, uma camisa forte e sempre tem que entrar com objetivo de acesso”, destacou o treinador à Agência Brasil.
Para o duelo com a Lusa, a expectativa é que Wilson Júnior mantenha a base do time que encarou o Boavista. A equipe provável terá Fabrício Araújo; Eliandro, PV, Léo Gobo e Gilberto Jesus; Bruno Luiz, Will, Gledson e Haylan; Nunes e David Ribeiro.