As mudanças realizadas pelo Grêmio em seu departamento de futebol, com sete demissões nesta semana, incomodaram uma das referências do elenco, Walter Kannemann. O zagueiro argentino concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira e se disse "triste" pelas saídas e também com o modo como elas se deram, adotando um tom crítico em relação aos dirigentes do clube.
"Estou muito triste, chateado com o que tem acontecido, com a saída e o jeito da saída de pessoas que deram muito pelo Grêmio, com 10 ou 15 anos de clube. Sempre pensaram no clube, na camisa, tentaram sempre fazer o melhor. É muito triste. Pessoas que sempre pensaram no clube antes do pessoal. Mostro meu respeito, agradecimento e desejo força para que eles continuem a vida deles", afirmou.
Nesta semana, o Grêmio anunciou as demissões do preparador físico Rogério Dias, do treinador de goleiros Rogério Godoy, do fisioterapeuta Henrique Valente, dos fisiologistas Rafael Gobbato e José Leandro, da nutricionista Katiuce Borges e do assessor de imprensa João Paulo Fontoura.
Incomodado com as saídas, Kannemann declarou que aprendeu a se tornar gremista com esses funcionários, exaltando a dedicação deles. E apontou que outros profissionais sem o mesmo comprometimento permanecem no clube, embora não tenha os identificado.
"Dá raiva. Pessoas que me mostraram o sentimento de ser gremista. Dá raiva ver essas pessoas saírem e outras, que não trabalham desse lado e sim do outro, ficarem com atitudes que não representam essa camisa. Não considero as mudanças normais, pelas pessoas que deram tanto ao clube. Acontece, o clube vai continuar, mas não queria deixar passar isso", disse.
Kannemann dividiu os méritos pelo atual ciclo de protagonismo do Grêmio no futebol nacional e sul-americano com esses profissionais, apontando que eles eram importante no cotidiano, seja por definições de planejamento, assim como para deixar o clima mais harmônico.
"Para conseguir títulos e manter o nível e brigando lá em cima, não é só trabalhar e dar o máximo. Tem que colocar um 'plus'. E essas pessoas colocavam. Ficamos tristes quando essas pessoas saem e outras continuam. Não dá para deixar passar", acrescentou.