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Marco Aurélio Cunha vê Brasileirão Feminino mais atrativo e diz: 'Pode melhorar'

06 fev 2020 às 18:55
Por: Estadão Conteúdo

O coordenador de seleções femininas da CBF, Marco Aurélio Cunha, está otimista com a disputa do Campeonato Brasileiro Feminino, que começará neste fim de semana. O dirigente acredita que a competição está mais atrativa em 2020 com a presença de jogadoras da seleção e de clubes tradicionais no masculino.

Nesta temporada, o torneio contará com São Paulo, Palmeiras, Cruzeiro e Grêmio, que conseguiram o acesso no ano passado. Os outros 12 times na disputa são: Santos, Corinthians, Flamengo, Internacional, Ferroviária, Ponte Preta, São José, Audax, Vitória-PE, Kindermann/Avaí-SC, Minas Icesp-DF e Iranduba-AM.

"Virou um campeonato mais atrativo, com grandes camisas do futebol brasileiros na Série A1, e tendo a Série A2 como fonte de oportunidade para os clubes subirem. Isso agrega interesse do torcedor e gera mídia. São coisas que ajudam a desenvolver o esporte", disse Marco Aurélio, em entrevista ao Estado.

O movimentado mercado da bola também foi motivo de comemoração para Marco Aurélio. Neste ano, por exemplo, a volante Andressinha deixou o Portland Thorns, dos Estados Unidos, e acertou com o Corinthians. Em 2019, a atacante Cristiane e a lateral esquerda Tamires, também da seleção brasileira, já haviam retornado ao País. "As jogadoras já começaram a ter mais interesse em atuar no Brasil de novo. Com está tendo uma valorização maior aqui, estamos começando a competir com o mercado estrangeiro", afirmou.

Embora valorize a evolução, Marco Aurélio sabe que a modalidade pode melhorar ao longo dos próximos anos. Dentre as últimas medidas da CBF para incentivar o desenvolvimento do futebol feminino, talvez a que mais tenha surtido efeito foi a obrigatoriedade de o clube ter equipe feminina para disputar a Série A do Brasileiro Masculino a partir de 2019.

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"Há muito o que fazer porque ainda é tudo muito novo. Converso bastante com jogadoras e dirigentes para ver o que pode ser feito para evoluir. A presença do público pode melhorar, mas já estamos com uma boa expectativa para este ano. As transmissões ocorrendo, gera um interesse maior das pessoas", projetou Marco Aurélio.

FUTEBOL FEMININO X FUTEBOL MASCULINO - "Se subirmos o sarrafo demais, vamos perder o produto". É assim que Marco Aurélio analisa o atual cenário do futebol feminino, com algumas reivindicações de jogadoras e clubes tentando se adaptar. Um caso recente que chamou a atenção foi a reclamação de Cristiane após o treino do São Paulo ter acabado antes por causa do jogo entre sócios do clube no complexo social do Morumbi. O elenco masculino trabalha exclusivamente no CT da Barra Funda, enquanto o feminino alterna entre o CT da base em Cotia, o Morumbi e o CT da Barra Funda.

"Entendo o lado das jogadoras e acho justas algumas reclamações, mas o São Paulo voltou a ter time feminino há um ano e meio, está se adequando a isso. É um espaço que está sendo conquistado", avaliou Marco Aurélio.

Outro pedido, especialmente de torcedores, é a realização de partidas do campeonato feminino nos principais estádios brasileiros. Marco Aurélio adota cautela e acredita que é algo que pode acontecer no futuro.

"Tem que ter um crescimento gradativo. Podemos ter um público de 40 mil pessoas talvez em uma final, mas a média é muito aquém da lotação. Não estou depreciando, mas é a lógica, precisamos discutir racionalmente. Com o público aumentando progressivamente, é possível começar a jogar em estádios com capacidade maior. Não podemos acelerar de uma forma absurda", opinou o dirigente.

Marco Aurélio também citou as dificuldades para os jogos femininos serem preliminares dos confrontos masculinos, uma sugestão de torcedores e algo até cogitado por alguns clubes. Antigamente, jogos preliminares femininos ou de categorias de base eram normais no futebol. Hoje em dia, porém, não acontecem mais. "São muitas questões que envolvem um jogo preliminar. Tem patrocinadores diferentes nas placas de publicidade, tem as câmeras de transmissão de cada televisão, o estado do gramado, o horário para liberar o vestiário para a próximo time, o custo com policiamento... É muito difícil conseguir conciliar", completou.

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