Todos os locais
Todos os locais
Futebol

Técnico mais jovem do Brasileiro destaca ciência e duelos com Ceni

10 nov 2020 às 14:23
Por: Agência Brasil
Foto: Assessoria de Comunicação / Goianésia Esporte Clube -

O que astros da seleção brasileira como Neymar, Alisson, Philippe Coutinho e Casemiro têm em comum com Luan Carlos Neto? Todos nasceram em 1992, vivem do futebol e iniciaram as respectivas carreiras precocemente. A diferença é que se a rotina dos quatro primeiros é dentro de campo, a de Luan é fora dele. Aos 28 anos, ele é o técnico mais jovem entre os 128 clubes das quatro principais divisões nacionais. Ele treina o Goianésia, clube do interior goiano que disputa a Série D do Campeonato Brasileiro, transmitida pela TV Brasil.

Apesar da juventude, Luan já está na quinta temporada como treinador. Antes do Azulão do Vale, como é conhecido o time atual, ele trabalhou nos também goianos Novo Horizonte (clube de sua cidade natal, Ipameri, a cerca de 200 quilômetros da capital Goiânia) e Grêmio Anápolis e nos cearenses Atlético-CE, Floresta e Caucaia.

"A carreira de treinador é muito ímpar, diferente, instável. Você está sempre se equilibrando em resultados. Você precisa de um bom relacionamento com os jogadores. Uma forma é ter conhecimento. É como tento me embasar, pelo conhecimento científico. Os atletas percebem que a gente tem algo a oferecer. A vivência tem me mostrado isso na prática. O respeito é uma via de mão dupla. O que explico [aos jogadores] é que estamos no mesmo patamar, que temos de conversar olho no olho, entendendo que o diálogo é a ferramenta", descreve o técnico.

Luan já vivenciou os dois lados do futebol. Em 2018, foi semifinalista do Campeonato Cearense pelo Uniclinic (atual Atlético-CE) e eleito o segundo melhor técnico da competição, atrás de Marcelo Chamusca (do campeão Ceará). No segundo semestre da mesma temporada, levou o Novo Horizonte à primeira divisão do Campeonato Goiano. Já em 2020, o técnico não conseguiu evitar o rebaixamento do Floresta no Cearense.

"Nessa caminhada, tive altos e baixos. É natural. Mas vejo que posso melhorar com relação a tudo. A gente pode evoluir. Eu sempre me cobro muito no aspecto tático. Estudar mais o jogo, entender mais o jogo, para tirar o máximo possível dos atletas. Essa cobrança é diária e precisa ser constante", afirma.

Outras notícias

Panini Day é realizado no Muffato Max da Avenida Brasil

Com dança brasileira, Real supera Atletico no Campeonato Espanhol

Fluminense bate Flamengo e dorme na vice-liderança do Brasileiro

Da teoria a prática

O sonho de viver de futebol iniciou como o de muitos jovens. "Joguei por dois anos na categoria de base, no sub-14 e sub-16. Fui zagueiro", conta Luan. Aprovado no curso de Educação Física da Universidade Federal de Goiás (UFG) aos 16 anos, teve que decidir se trocaria o campo pelos livros. "Eu não tinha tanta qualidade [técnica] assim", brinca.

"Acabei entrando [no futebol] pelas portas da preparação física, pelo banco da universidade. Por isso, defendo muito a presença do conhecimento científico no futebol. Foi ele que me proporcionou estar onde estou e é o que quero seguir, em cada passo que der na carreira", completa o profissional, que também é pós-graduado em Fisiologia do Exercício, Nutrição e Psicologia do Esporte.

Na mini-biblioteca que mantém em casa, a literatura de futebol é dominante. Especialmente a literatura portuguesa, com a qual mais se identifica. "Tenho uma admiração muito grande pela formação de treinadores em Portugal. Lá se escreve muito sobre futebol e se respeita o conhecimento científico. Não há tanto preconceito. Em sua maioria, os técnicos de lá são, de fato, professores", diz Luan.

Especialistas portugueses como Júlio Garganta, que é doutor em ciência do esporte, ou o filósofo do futebol Manuel Sérgio se tornaram referências. Mas não só. "Leio muito sobre [os técnicos] Jorge Jesus e José Mourinho. Quando o Jesus veio para o Brasil, fiquei muito feliz, empolgado. Acompanhei vários jogos do Flamengo in loco, fiz questão", recorda o goiano.

Com a experiência na beira do campo, surgiu a admiração por outros treinadores com os quais esteve frente a frente. Três deles em especial: Marcelo Chamusca, Lisca e Rogério Ceni. "Aprendi muito nesses confrontos, principalmente sobre estratégia. Eles me deram aula disso. Tive que me virar para sair do que estavam criando nos jogos. Saí com dor de cabeça deles [risos]. Mas foram as partidas que mais me ensinaram, pelo nível de dificuldade, que te obriga a dar uma resposta imediata", destaca Luan.

Um desses jogos é especial para o técnico goiano: a vitória por 2 a 1 sobre o Fortaleza, na Arena Castelão, pelo Campeonato Cearense do ano passado, quando dirigia o Atlético-CE. Foi o primeiro triunfo contra Rogério Ceni, por quem havia sido derrotado nas duas vezes anteriores que se enfrentaram (ambas em 2018). "Foi um grande jogo, um espetáculo. Eles fizeram 1 a 0 com 12 segundos, mas mantivemos a nossa proposta de jogo. Empatamos e viramos", lembra o profissional, que rasga elogios a Ceni: "Ele é muito estrategista. Muda a equipe oito, nove vezes na partida sem mexer em uma peça. É um cara muito inteligente, que pensa muito o jogo e joga junto com o time, que é algo que eu gosto também".

Veja também

Relacionadas

Futebol
Imagem de destaque

Tite convoca a Seleção Brasileira para amistosos contra Gana e Tunísia

Futebol
Imagem de destaque

Keno e Hulk marcam e Galo retoma caminho das vitórias no Brasileiro

Futebol

Série B: vice-líder Bahia vence Vasco de virada na Arena Fonte Nova

Futebol

Fortaleza bate São Paulo e chega à 5ª vitória seguida no Brasileirão

Mais Lidas

Jornal Tarobá 1ª Edição

Mãe de Felipe desabafa sobre a perda do filho de seis anos para bactéria que gera alerta em Cascavel

Cidade
Londrina e região

Após dois anos foragido, apontado como líder do tráfico morre em confronto com a PM

Cidade
Londrina e região

Trabalhador morre ao sofrer acidente em empresa de móveis de Arapongas

Cidade
Londrina e região

Acidente grave na BR-369 deixa quatro pessoas feridas; duas em estado grave

Cidade
Londrina e região

Chuva desde o final da tarde deixa vários pontos alagados em Londrina e região

Podcasts

TURISMO

Podcast A Hora do Café - EP4 - Fernanda Corrêa da Rota do Café

A HORA DO CAFÉ

Podcast A Hora do Café - EP3 - Cris Malauz barista e empreendedora

VEJA

Podcast - Por Trás das Câmeras - EP6 - Conheça a história de Maika Martins

Tarobá © 2024 - Todos os direitos reservados.