Só quem tem mais de trinta anos de idade tem as boas lembranças do tetracampeonato da Seleção Brasileira, em 1994. Até porque, no mês passado, no dia 17 de julho, a conquista do tetra completou 25 anos. Foi a primeira conquista mundial do Brasil que pude ver pela televisão. Tenho ótimas lembranças dos cinco gols de Romário, do gol do ‘embala-bebê’ de Bebeto contra a Holanda. Do golaço do desafogo do Branco neste mesmo jogo contra os holandeses. Do drama do jogo das oitavas de final contra os Estados Unidos, com expulsão de Leonardo e gol de Bebeto. Da decisão contra a Itália em que Taffarel pegou pênalti e que Roberto Baggio isolou uma cobrança. E mais do que tudo: Dunga levantando a Copa do Mundo e acabando com um jejum de 24 anos. Essas lembranças estão vivas na cabeça de Zinho também. O detalhe é que, diferente de mim, ele fez parte da Seleção do tetra. Zinho foi titular do time de Carlos Alberto Parreira no meio-campo. A história não menciona muito o jogador em relação a outros heróis. Mas ele estava lá. E sabe bem o peso que aquela conquista representou, não só para o futebol, mas para o povo brasileiro.
Zinho esteve em Cascavel na noite da última sexta-feira (16). Ele foi a visita ilustre no Tuiuti Esporte Clube, na solenidade de inauguração do novo complexo poliesportivo e também da abertura oficial do Tuiuti Games, os jogos do clube.
Solícito, Zinho atendeu a nossa reportagem para recordar a conquista do tetra em 1994, nos Estados Unidos. “Foi o jogo da decisão da final contra a Itália, quando o Baggio joga aquela boa para o alto, o Brasil explodiu de alegria. Quando retornamos ao Brasil, desde o primeiro local que passamos, que foi em Recife, se via no semblante do povo aquela alegria. Foi um título conquistado depois de 24 anos. O Brasil tinha sido campeão em 1970. Nós entendemos bem o que fizemos lá nos Estados Unidos e o que aquela conquista representava. A paixão do nosso povo pela Seleção e pelo futebol. Era uma época de crise como agora e o povo extravasou com aquela conquista. E agora completamos as ‘bodas de prata’ do tetra”, disse o ex-jogador, que teve passagens marcantes por Flamengo, Palmeiras e Grêmio.
Opinião
Zinho esteve em Cascavel no dia em que o técnico Tite anunciou uma nova lista de convocados da Seleção Brasileira. Questionei o ex-jogador se ele acredita na conquista de mais um título mundial no Catar, em 2022. Ele preferiu opinar como torcedor mesmo, sem ser crítico ao trabalho atual da Seleção. “É um trabalho árduo. Ainda estamos em 2019 e a Copa é em 2022. Será uma Copa diferente, o torneio sempre é no meio do ano e a próxima será no fim do ano, tem a questão do clima também. É claro eu o Catar está se preparando para isso mas o importante é nós nos prepararmos também. Temos esse trabalho de transição e de renovação e o Tite está fazendo isso aos poucos”, disse.
Perguntei a ele quem seria o Zinho na atual Seleção Brasileira. E ele disse que o jogador que mais se assemelha com as suas características pela armação de jogadas é Lucas Paquetá, que como ele, vestiu a camisa do Flamengo.