O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu, nesta segunda-feira (27), oito integrantes do Grupo de Estudos Estrangeiros (The Foreign Study Tour – FST) da Faculdade Nacional de Gestão do Paquistão. Com a visita à Corte, o grupo – composto de servidores paquistaneses civis de alto nível – buscou entender como funciona o sistema eletrônico de votação brasileiro, seus desafios e os principais benefícios do uso da urna eletrônica para o processo eleitoral. Eles escolheram o Brasil como um dos dois países a serem visitados durante a etapa de formação no exterior; a Turquia foi o outro destino.
“Fizemos essa escolha porque o Brasil é uma grande liderança em sistema eletrônico de votação e o que pudemos ver aqui hoje foi realmente incrível. São informações que serão muito importantes para seguirmos pensando em como aperfeiçoar nosso sistema no Paquistão e, assim, evitar qualquer tipo de fraude”, afirmou Azmat Mahmud Khan, após a apresentação do secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Júlio Valente.
Em uma exposição de mais de uma hora de duração, o secretário compartilhou informações técnicas e também a história da urna eletrônica no Brasil, assim como dados que mostram a magnitude das eleições brasileiras: 156,6 milhões de eleitoras e eleitores registrados, mais de 496 mil seções eleitorais e mais de 93 mil locais de votação (dados das Eleições 2022).
Valente destacou que pessoas são o mais importante, não as máquinas, e que, por isso, o Brasil apostou em desenvolver seu próprio sistema eletrônico e desenhar as urnas – ambos pensados para a realidade do país –, em vez de comprar solução de terceiros. “Esse é o melhor caminho, é o que recomendamos. Inclusive, é por isso que o Brasil não vende urnas ou o seu sistema para outros países, porque não acreditamos que a nossa solução, desenvolvida para atender às nossas especificidades geográficas, territoriais e sociais, possa ser a melhor para outro país”, afirmou.
A urna brasileira
Ao apresentar a urna eletrônica aos visitantes, o secretário listou princípios que guiaram o design da máquina brasileira: processo de uso amigável para a eleitora e o eleitor, durabilidade, segurança, autonomia, logística simples, alinhamento com as leis brasileiras e padronização do processo.
Valente ainda destacou que o software utilizado em todo o país é o mesmo e que há cerca de 40 momentos, desde a pré-eleição até o pós, em que é possível checar a integridade e a segurança do sistema eletrônico.
Os paquistaneses puderam fazer perguntas, entender detalhes sobre a logística do dia da eleição e experimentar a votação com uma cabine e duas urnas disponibilizadas para o grupo.