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Arte

Uma visionária que morre em sua plenitude

09 nov 2017 às 08:05
Por: Estadão Conteúdo

Amélia Toledo foi um caso exemplar de luta pela inserção da arte no espaço público. Consagrada ainda em vida, ela está presente nas principais coleções particulares e acervos de museus (Masp, MAC, Pinacoteca). Poderia ter se acomodado, mas, inquieta, vivia cheia de projetos. Alguns foram concretizados, como o planejamento visual de estações de metrô no Rio (Arcoverde) e em São Paulo (Brás), além de esculturas ao ar livre (como Sete Ondas em frente ao MAM). Outros passarão à história como projetos irrealizados.

Nesta quarta-feira, 8, um mês após inaugurar sua retrospectiva Lembrei que Esqueci, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo, Amélia morreu, dormindo, aos 90 anos. O velório da artista será realizado nesta quinta-feira, 9, das 8h às 14h, no Cemitério Parque do Morumbi.

Nascida em São Paulo em 1926, filha de pai cientista, Amélia Toledo herdou dele sua atenção ao detalhe. Aos 12 anos, deslumbrada com o que via ao microscópio do laboratório paterno, Amélia desenvolveu um talento especial para as cores que, mais tarde, iria explorar em séries de pinturas monocromáticas como Horizontes, que, bem no começo, eram feitas sobre juta e depois passaram a ser executadas em linho, sugerindo a linha do horizonte que separa céu e terra.

Essas e outras pinturas ocupam a retrospectiva da artista no CCBB, que ficará aberta ao público até 8 de janeiro. Com curadoria de Marcus Lontra, ela reúne obras tanto do início de carreira como seus últimos trabalhos. Pode ser que a mostra repita o sucesso de outra retrospectiva dedicada a ela pelo Centro Cultural Fiesp em 1999, que atraiu 36 mil visitantes. Interesse, aliás, justificável. Muitas obras de Amélia são interativas e pedem a participação do público, como o Glu Glu (1967), peça em vidro soprado com água e tenso ativo, ou os discos tácteis (1970), porta-copos feitos em PVC flexível com corante e água no interior.

Começando sua carreira em 1943 como designer de objetos ligados à escola construtivista, Amélia trabalhou no escritório do arquiteto Villanova Artigas antes de se mudar para Londres em 1958. De volta ao Brasil, em 1962, deu aulas na Universidade de Brasília e, dois anos após ganhar menção honrosa na 7.ª Bienal (1963), foi exilada com a família por motivos políticos. Mesmo em Lisboa, participou da bienal seguinte (em 1965).

Essencialmente experimental, o trabalho de Amélia Toledo, nos anos 1960 e 1970, dialoga com a obra dos neoconcretos (Lygia Clark e Lígia Pape). Nessa época, ela esculpiu objetos lúdicos e sensoriais em poliéster e a série Emergência (moldagens do corpo humano em borracha e resina), além da peça que dá nome à retrospectiva do CCBB, Poço da Memória - a frase Lembrei Que Esqueci é uma inscrição que pode ser lida na obra, de 1971, que Amélia dedicou a seu pai. Premonição trágica. Sua memória vinha falhando nos últimos anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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