Londrina tem uma lista com 500 pontos considerados bens de interesse de preservação; 90% são particulares, e isso às vezes dificulta que as características originais sejam mantidas.
Toda vez que um imóvel antigo é demolido na cidade, os mais saudosistas se mostram inconformados. Foi o que aconteceu com um prédio dos anos de 1940 que ficava na esquina das ruas Quintino Bocaiúva e Mossoró, onde inclusive já funcionou a redação da TV Tarobá.
A Secretaria Municipal de Cultura acompanha esses processos com atenção. Em breve, o local será utilizado para a construção de uma farmácia.
No entanto, fotos da antiga edificação serão expostas no novo prédio. “É uma forma de que mesmo com a modificação da paisagem, a gente tenha pelo menos uma lembrança”, destaca a diretora de patrimônios da Secretaria Municipal de Cultura, Solange Batigliana.
Londrina tem dois imóveis tombados pelo município como patrimônios históricos: o antigo Fórum, onde hoje funciona a Biblioteca Pública, e a antiga Casa da Criança, que abriga a Secretaria de Cultura. Outros quatro foram tombados pelo Estado: o Museu de Arte, onde funcionava a Rodoviária e o Cine Teatro Ouro Verde. As edificações de arquitetura modernista são assinadas por Vilanova Artigas, e marcaram a Era do Café na cidade. Além disso, há a Praça Rocha Pombo e a Mansão dos Garcia, que é um verdadeiro palacete, localizado na avenida Higienópolis, e de propriedade particular.
Desde a fundação, Londrina caracteriza-se pelas constantes transformações da sua paisagem. A principal marca é a combinação entre as edificações antigas e as novas.
“É uma cidade que em poucos anos era de madeira, depois passou a ser de tijolos, depois veio o concreto, então temos essa marca e precisamos cuidá-la para não perdermos essa identificação”, ressalta Solange.