O que é AVC?
O Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como "Derrame Cerebral", é uma doença crônica não transmissível e é uma das principais causas de morte, incapacidade adquirida e internações em todo o mundo. Acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se ropem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. É uma doença que acomete mais os homens do que as mulheres.
*IMPORTANTE: O AVC é uma doença totalmente dependente do tempo. Isso quer dizer que, quanto mais rápido for o tratamento, maiores serão as chances de recuperação completa. Por isso, é primordial a identificação dos sinais e sintomas, além do atendimento médico imediato.
Reconheça um AVC
Existem alguns sinais que o corpo dá que ajudam a reconhecer um Acidente Vascular Cerebral. Fique atento ao SAMU e peça ajuda imediata.
* S ORRISO: peça para a pessoa sorrir. Se o sorriso sair torto ou se a boca entortar, pode ser AVC.
* A BRAÇO: peça para a pessoa levantar os braços. Se a pessoa tiver alguma dificuldade para levantar um deles ou se após levantar os dois um deles cair bruscamente, pode ser AVC.
* M ENSAGEM: peça para a pessoa repetir uma frase ou uma mensagem qualquer. Se a pessoa não conseguir compreender ou não conseguir repetir a frase ou mensagem, pode ser AVC.
* U RGÊNCIA: havendo qualquer um desses sinais, chame imediatamente a emergência médica.
AVC tem cura?
Quando a pessoa é atendida rapidamente após um AVC, suas chances de sobreviver, ter menos sequelas ou até mesmo não ter sequelas, são maiores.
Caso o paciente tenha sobrevivido e ficado com sequelas, o tempo de recuperação varia caso a caso e depende de vários fatores, como extensão do AVC, tipo de AVC, idade do paciente, presença de outras doenças ou problemas de saúde, fisioterapia, fonaudiologia, cuidados de enfermagem e apoio psicológico e familiar.
Normalmente, nesses casos, a recuperação leva de seis meses a um ano, mas o mais comum é o paciente que sofreu um AVC e tenha sobrevivido tenha sequelas, muitas deles irreversíveis. Entre as sequelas mais frequentes do AVC estão dificuldade na fala e paralisação de parte do corpo.
Complicações possíveis do AVC
Existem muitas complicações possíveis nos casos de AVC. As principais são:
* Déficit motor: quando a área afetada pelo AVC é responsável pelos movimentos do corpo.
* Déficit sensitivo: diversas áreas do cérebro estão relacionadas à sensibilidade. Quando há lesão de uma delas, a pessoa deixa de sentir um lado do corpo.
* Afasia: quando o AVC ocorre na área do cérebro correspondente à linguagem, é comum o paciente sofrer com a afasia. Ela pode ser dividida basicamente em dois grandes grupos: afasia de expressão (quando o paciente entende o que você fala, mas é incapaz de se expressar pela linguagem falada) e de compreensão (quando ele consegue se expressar de todas as formas, mas não entende o que lhe é dito).
* Apraxia: o paciente de AVC com apraxia perde a capacidade de se expressar por gestos e mímicas e de realizar tarefas motoras em sequências. Nesses casos o paciente precisa reaprender a fazer esses processos.
* Negligência: essa sequela diz respeito a pessoa que negligencia uma parte ou um lado se seu corpo, como se aquele segmento não pertencesse ao corpo.
* Agnosia visual: entende-se por agnosia visual a incapacidade da pessoa de reconhecer objetos e pessoas por meio da visão, apesar de essa não ter sido comprometida. Dependendo do grau da lesão, a pessoa pode inclusive não reconhecer mais rostos.
* Déficit de memória: quando a região temporal do cérebro é afetada e a pessoa perde a capacidade de lembrar eventos recentes, recordando apenas episódios passados.
* Lesões no tronco cerebral: onde estão localizados centros responsáveis por atividades vitais, como a respiração. Lesões nesta região podem deixar sequelas graves e até mesmo levar à morte.
* Alterações comportamentais: quando a pessoa passa por quadros de agitação e apatia, passando por sintomas como perda de iniciativa ou explosões de raiva sem causa aparente.
* Depressão: a doença funciona exatamente como a depressão comum, porém se inicia após o AVC. Os sintomas são iguais aos da depressão comum - tristeza, apatia, sono inadequado, transtornos alimentares, entre outros - e pede um tratamento especializado com um psicólogo e com um neurologista ou psiquiatra.
* Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): quando a pessoa tem pesadelos persistentes e evita lembrar.
Tipos de AVC
AVC isquêmico: O AVC isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos.
AVC hemorrágico: O AVC hemorrágico ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico.
Sinais e sintomas do AVC
Os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são:
• Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo
• Confusão mental
• Alteração da fala ou compreensão
• Alteração na visão (em um ou ambos os olhos)
• Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar
• Dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente
*IMPORTANTE: Caso qualquer um desses sintomas apareça, é fundamental ligar para o serviço médico de emergência ou levar a pessoa imediatamente a um hospital para avaliação clínica detalhada. A gente volta a reforçar: quanto mais rápido for o atendimento, maiores serão as chances de sobrevivência e recuperação total.
O que causa o AVC?
O AVC hemorrágico tem como causa, principalmente, a pressão alta descontrolada e a ruptura de um aneurisma. No entanto, também pode ser provocado por outros fatores, como:
• Hemofilia ou outros distúrbios coagulação do sangue
• Ferimentos na cabeça ou no pescoço
• Tratamento com radiação para câncer no pescoço ou cérebro
• Arritmias cardíacas
• Doenças das válvulas cardíacas
• Defeitos cardíacos congênitos
• Vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos), que pode ser provocada por infecções a partir de doenças como sífilis, doença de Lyme, vasculite e tuberculose.
• Insuficiência cardíaca
• Infarto agudo do miocárdio.
Já o AVC isquêmico se divide em quatro subgrupos, com causas distintas:
• AVC isquêmico aterotrombótico: provocado por doença que causa formação de placas nos vasos sanguíneos maiores (aterosclerose), provocando a oclusão do vaso sanguíneo ou formação de êmbolos.
• AVC isquêmico cardioembólico: ocorre quando o êmbolo causador do derrame parte do coração.
• AVC isquêmico de outra etiologia: é mais comum em pessoas jovens e pode estar relacionado a distúrbios de coagulação no sangue.
• AVC isquêmico criptogênico: ocorre quando a causa do AVC isquêmico não foi identificada, mesmo após investigação detalhada pela equipe médica.
Fatores de risco para o AVC
Existem diversos fatores de risco para de desenvolver um AVC, seja ele hemorrágico ou isquêmico. Os principais são:
• Hipertensão
• Diabetes tipo 2
• Colesterol alto
• Sobrepeso
• Obesidade
• Tabagismo
• Uso excessivo de álcool
• Idade avançada
• Sedentarismo
• Uso de drogas ilícitas
• Histórico familiar
• Ser do sexo masculino
Como diferenciar o AVC hemorrágico do AVC isquêmico?Não há uma maneira clínica segura, eficaz e definitiva para identificar se o AVC é hemorrágico ou isquêmico. A forma mais correta para diferençar qualquer um deles e evitar possíveis danos, é iniciar o tratamento com urgência. Exames de imagem devem ser feitos para promover um diagnóstico mais seguro da doença.
No entanto, sabe-se que cientificamente o AVC hemorrágico costuma apresentar sintomas graves mais rapidamente. Rebaixamento de consciência progressivo, perda da consciência (desmaio), deterioração sútiba de reflexos neurológicos e convulsão podem indicar um AVC hemorrágico.
No âmbito do Sistema Único de Saúde, o Ministério da Saúde tem trabalhado para reforçar a atenção básica, nível de assistência imprescindível para atender pacientes que sofrem com doenças crônicas, como o AVC. Para reduzir o número de internações e óbitos no País por doenças crônicas, o que inclui AVC, o Ministério da Saúde lançou o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que tem a expansão da Atenção Básica como uma das principais ações de enfrentamento.
Diagnóstico do AVC
O diagnóstico do AVC é feito por meio de exames de imagem, que permitem identificar a área do cérebro afetada e o tipo do derrame cerebral. Tomografia computadorizada de crânio é o método de imagem mais utilizado para a avaliação inicial do AVC isquêmico agudo, demonstrando sinais precoces de isquemia.
Assim que o paciente chega ao hospital, entre os cuidados clínicos de emergência estão:
• Verificar os sinais vitais, como pressão arterial e temperatura
• Checar a glicemia
• Colocar a pessoa deitada, exceto se houver vômitos
• Colocar acesso venoso no braço que não estiver paralisado
• Administrar oxigênio, caso a pessoa precise
• Determinar o horário de início dos sintomas por meio de questionário ao paciente ou acompanhante
Como prevenir o AVC?
Muitos fatores de risco contribuem para o aparecimento de um AVC e de outras doenças crônicas, como câncer e diabetes. Alguns desses fatores não podem ser modificados, como a idade, a raça, a constituição genética e o sexo. Outros fatores, entretanto, dependem apenas da pessoa e são os principais para prevenir essas doenças.
• Não fumar
• Não consumir álcool
• Não fazer uso de drogas ilícitas
• Manter alimentação saudável
• Manter o peso ideal
• Beber bastante água
• Praticar atividades físicas regularmente
• Manter a pressão sob controle
• Manter a glicose sob controle
A adequação dos hábitos de vida diária é primordial para a prevenção do AVC.
Cuidar de você. Esse é o plano.