Na rotina dos pais, há correria com os deslocamentos, com as responsabilidades do trabalho e, muitas vezes, até com os afazeres de casa e os cuidados com a família. Na dos filhos, tanto crianças como adolescentes, estão os estudos, as aulas extracurriculares de inglês, natação, balé ou futebol, e também as lições de casa e estudo para as provas da escola. No fim do dia, é comum que cada um fique em um canto da casa navegando pelo celular ou computador ou assistindo televisão até o sono chegar.
Não é raro bater a sensação de que as relações familiares e os momentos especiais com as pessoas mais importantes acabam ficando em segundo plano por conta do cotidiano atribulado, pelo cansaço e também por causa da tecnologia, que facilmente atrai cada um para os seus interesses.
Datas especiais, como o Dia dos Pais, são um convite para a reflexão de como anda a relação pai e filho. E isso vale não apenas para quem tem filhos pequenos ou jovens em casa. Vale também para quem já tem o filho crescido, com vida independente, e ainda para quem, mesmo adulto, exerce o papel de filho. A relação pai e filho pode ser fortalecida em qualquer idade. Veja algumas dicas que podem ajudar a fortalecer essa conexão:
Exercitem-se juntos
Se o filho é pequeno e gosta de futebol, vale programar um período do fim de semana para, juntos, baterem uma bolinha no campo de futebol do condomínio ou do bairro. Chegou mais cedo do trabalho? Por que não aproveitar esse tempinho livre para vocês darem uma volta de bicicleta no quarteirão ou apenas fazerem uma caminhada e conversarem um pouco sobre como foi o dia ou sobre algum assunto importante? A filha prefere outros tipos de exercícios? Então, vale vôlei ou basquete na quadra mais próxima. Jogo de amarelinha, pular corda e andar de patinete são outras atividades que as crianças pequenas adoram. Ao colocar essas atividades nas brechas da rotina ou no fim de semana, o vínculo afetivo é fortalecido e, além disso, pai e filho saem ganhando já que se exercitar traz muitos benefícios para a saúde.
Lazer e conversas longe do celular
Como são mil e uma atividades no dia a dia, não é raro um pai conversar com o filho ao mesmo tempo em que responde a uma mensagem do colega de trabalho pelo celular ou que procura o canal da TV que quer assistir. Para que isso não ocorra e não faça com que a criança e o adolescente se sintam em segundo plano, deixe o celular e até mesmo o controle remoto distantes nos momentos de conversa, mesmo que seja apenas para saber como foi o dia na escola, ou como o filho se saiu no treino da natação. Olho no olho e a escuta atenciosa são fundamentais para que os filhos sintam confiança quando precisarem se abrir com o pai. E se a criança ainda é pequena, a dica vale também para os momentos de brincadeiras ou até para quando estiverem no sofá assistindo a um desenho animado.
Momentos de leitura
Quando a criança é pequena, os pais podem escolher com ela um livro e sentar ao lado da cama para ler uma história. Esse momento prazeroso pode fazer parte da rotina no momento de pegar no sono. Quando são maiores e já alfabetizados, os filhos podem ter a companhia do pai para lerem juntos um livro sobre um tema que atraia a atenção de ambos ou até mesmo como forma de ajudar na leitura pedida pela escola. E mesmo adolescentes ou adultos, eles podem ter a companhia do pai na sala para um momento de leitura, cada um com um livro. O hábito propicia a convivência e ajuda a criar gosto pela leitura e pelo conhecimento.
Abraços e beijos
As crianças vão crescendo e ficam com vergonha de abraçar e beijar os pais. Na frente da escola ou perto dos amigos, então, é quase impossível que essas demonstrações de carinho aconteçam. Às vezes, isso é levado para a vida adulta e pais e filhos vão deixando os abraços apenas para a despedida de uma viagem ou para momentos mais tristes. Que tal recuperar o hábito de beijar a abraçar seu pai? Isso pode acontecer no momento de desejar bom dia, na chegada em casa após a escola e o trabalho e também na hora de ir para a cama. E se cada um mora em uma casa, por que não ligar simplesmente para perguntar como foi o dia e para dizer que o ama?
Texto: Karina Fusco | Edição: Ana Carolina Giarrante e Michel Vita | Design: Alex Mendes
Fonte: Instituto Gerar e revista Biological Psychiatry