A vida de Arley Abussafi mudou após o diagnóstico de leucemia medular aguda. A doença silenciosa se manifestou com dores abdominais, inicialmente confundidas com cansaço do dia a dia, até que exames confirmaram o diagnóstico.
"Um dia a gente tá operando correndo, trabalhando e, de repente, recebe um diagnóstico tão forte e tão pesado como esse."
Em meio à luta, Arley recebeu apoio de amigos e familiares, que organizaram uma campanha de conscientização sobre a doação de sangue e medula óssea. Em quatro meses, ele recebeu cerca de 50 doações de sangue.
"Um paciente com leucemia hoje faz muita transfusão de sangue", disse Arley.
Um Instagram foi criado para organizar a campanha. Jefferson, que é amigo de Arley, organiza a campanha:
"No decorrer do processo, eu lembrei da minha história, mas quando eu tinha 12 anos, eu passei por uma situação que não teve um final tão feliz. Um irmão meu, de 7, 8 anos, teve uma plasia medular e precisava de um transplante, e na época, infelizmente, a gente não teve um transplante."
O Hospital Universitário (HU) de Londrina é responsável pelo cadastro de doadores na cidade. Para doar medula óssea, o interessado deve se cadastrar em um hemocentro, como o HU, doando sangue para análise genética e preenchendo um termo de consentimento. As informações ficam armazenadas no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).
Segundo Rossana Godoy Camargo, bióloga do HU, a doação pode ser feita por punção na bacia ou por coleta de sangue, mas apenas pessoas entre 18 e 35 anos podem se cadastrar. Ela também ressaltou a importância de sempre manter o seu cadastro atualizado porque, a qualquer momento, você pode ser chamado para doar.
O HU utiliza um sequenciador para verificar a compatibilidade entre doador e receptor. Atualmente, o REDOME conta com mais de 6 milhões de doadores voluntários cadastrados e 30.812 pacientes esperando por um transplante. A chance de compatibilidade é de 1 para 100 mil, por isso a necessidade de aumentar o número de cadastros.