O dia, 23 de junho de 2024. O relógio marcava 43 minutos do segundo tempo. O Cascavel estava concluindo mais um jogo sem vitória e mais uma partida sem balançar as redes. Foi quando o Estádio Olímpico Regional explodiu de euforia. Viu a bola do camisa 27 Samuel passar pelo goleiro Jean do Concórdia, cruzar a linha e balançar as redes adversárias. Deve ter sido o grito de gol mais longo da história do Futebol Clube Cascavel. Isso porque, antes dele, a Serpente Aurinegra havia marcado pela última vez no dia 05 de maio, quando Peu balançou as redes no confronto contra o Cianorte, no Olímpico. O gol ocorreu nos acréscimos do primeiro tempo. Ou seja, foram sete jogos sem marcar. Quase 700 minutos sem balançar as redes, isso sem levar em conta os descontos.

E o gol de Samuel também acabou com um jejum de oito jogos sem vitória. O Cascavel havia superado o Avenida na primeira rodada. E voltou a vencer na décima rodada: 1 a 0 sobre o Concórdia de Santa Catarina.

Na tabela de classificação, a situação ainda é de preocupação. Com a segunda vitória na Série D do Campeonato Brasileiro, o Cascavel subiu uma posição no Grupo A8 e agora é o sétimo colocado com dez pontos, dois a mais que o Brasil de Pelotas. No entanto, o time gaúcho tem três partidas a menos. No quesito aproveitamento, o Cascavel ainda tem a pior campanha: 33%. Mas segue vivo na Série D. A diferença para o líder Concórdia, que era de sete pontos, caiu para quatro. O time catarinense continua na ponta da tabela. Mas também já fez dez jogos na Série D. Mesma condição do Hercílio Luz, próximo adversário da Serpente Aurinegra. O Hercílio é o terceiro com doze pontos. E o Barra é o quinto com onze, também com dez partidas. Isso significa que os catarinenses são os principais concorrentes do Cascavel.

A vitória sobre o Concórdia representa muito para o Cascavel. Não só por ter acabado com o jejum na Série D e com a ‘seca’ de gols, mas foi a primeira do técnico Gilson Kleina. Ele havia estreado justamente contra o Concórdia, em Santa Catarina. Foram cinco jogos aguardando o primeiro resultado positivo do treinador, que veio em seu sexto jogo. E como o próprio Kleina disse, agora dá para alterar o discurso. Ao invés de sete jogos sem vitória, o Cascavel tem uma sequência de três jogos sem derrota. E a matemática, que se mostrava implacável, agora se apresenta um pouco mais branda, na visão do treinador: “Ainda dá para classificar!”