Todos os locais
Todos os locais
Agricultura

Terceirização tem provocado divergência entre entidades do setor agropecuário

17 set 2018 às 10:38
Por: Redação Tarobá News
Com decisão do STF, colheita e plantação poderão ser realizadas por trabalhadores terceirizados | Foto: Guilherme Testa / CP Memória -

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 30, favorável à terceirização em todas as etapas do processo produtivo, seja meio ou fim, tem provocado visões opostas entre entidades do setor agropecuário. Para o presidente da Comissão de Assuntos Jurídicos da Farsul, Nestor Hein, a decisão não ameaça o emprego dos trabalhadores assalariados do campo. Segundo ele, o posicionamento da Corte no julgamento, ocorrido no final de agosto, é “altamente positivo”, porque dá segurança jurídica aos empregadores rurais ao reforçar o que já tinha sido permitido pela reforma trabalhista.

Antes da reforma, o empregador rural não podia terceirizar as atividades-fim, como a colheita de frutas. Esta atividade cabia ao produtor ou a funcionários contratados diretamente pela propriedade. Somente era permitida a terceirização de serviços acessórios como a vigilância da fazenda e a manutenção do maquinário. Após a reforma e a votação no STF, ficou autorizada a contratação de terceirizados sem restrição.

Para Hein, esta novidade apenas abrirá a possibilidade de os produtores terceirizarem tarefas em períodos sazonais, em caso de necessidade. “Não acredito que vá haver demissão de funcionários até porque a mão de obra já é escassa no campo e os produtores dependem de trabalhadores capacitados, que tenham uma relação de dia a dia com aquela atividade”, argumenta Hein.

O vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e especialista em Direito Agrário, Francisco de Godoy Bueno, afirma que a competitividade do setor depende da liberdade para o setor se organizar da maneira que achar mais conveniente. “A distinção entre atividades-meio e atividades-fim já não se aplicava à dinâmica de trabalho no agronegócio”, comenta Bueno.

Já o assessor jurídico da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (Contar), Carlos Eduardo Chaves Silva, considera a terceirização irrestrita um “risco real” para o trabalhador. Alguns números, segundo ele, explicam a preocupação. “Um trabalhador terceirizado ganha cerca de dois terços do salário de uma pessoa contratada diretamente, 90% dos casos de trabalho escravo no Brasil são flagrados em empresas intermediárias entre o trabalhador e o contratante e os acidentes de trabalho prevalecem entre os trabalhadores terceirizados”, argumenta.

Outras notícias

Mais de duas mil pessoas participaram do 5° AgroBit Brasil 2022

AgroBIT Brasil debate soluções e novas tecnologias para a agropecuária

Cooperativa agroindustrial inaugura mais um centro de tratamento de sementes

Silva acredita que mesmo que não haja demissões no primeiro momento, vai pesar a “conta matemática”. “As empresas argumentam que a terceirização gera economia, então o grau de estabilidade é baixíssimo”, diz.

Leia mais em Correio do Povo RS

Veja também

Relacionadas

Agricultura
Imagem de destaque

Goiaba produzida no norte do Paraná ganha reconhecimento mundial

Agricultura
Imagem de destaque

Morango do Norte Pioneiro conquista Indicação Geográfica de Procedência

Agricultura

Cooperativa agroindustrial inaugura sala no Hub Cocriagro na Intech 2022

Agricultura

Londrina tem queijos medalhistas em concurso mundial

Mais Lidas

Cidade
Londrina e região

Televisão foi uma das causas de deslizamento na Avenida Dez de Dezembro, em Londrina

Cidade
Londrina e região

Briga entre taxistas deixa um homem ferido por golpe de facão em Londrina

Brasil e mundo
Brasil

Três pessoas morrem e 10 ficam feridas em ataque a policiais em Novo Hamburgo

Cidade
Londrina e região

Homem de 30 anos morre em confronto com a Polícia Militar na zona leste de Londrina

Cidade
Londrina e região

Adultos e crianças ficam feridos em capotamento de carro no distrito da Warta

Podcasts

TURISMO

Podcast A Hora do Café - EP4 - Fernanda Corrêa da Rota do Café

A HORA DO CAFÉ

Podcast A Hora do Café - EP3 - Cris Malauz barista e empreendedora

VEJA

Podcast - Por Trás das Câmeras - EP6 - Conheça a história de Maika Martins

Tarobá © 2024 - Todos os direitos reservados.