O caso de Eduarda Shigematsu, encontrada morta e enterrada no quintal da casa, em abril de 2019, em Rolândia, continua sem previsão de conclusão. O júri do pai, Ricardo Seidi, principal suspeito do crime, e da avó, Terezinha de Jesus, acusada de participação, estava marcado para 6 de outubro, em Maringá, mas foi suspenso pelo Tribunal de Justiça do Paraná após reclamação da defesa sobre falhas no sorteio dos jurados.
Segundo os advogados, a lei estabelece que o sorteio deve ocorrer com pelo menos dez dias úteis de antecedência. No caso, o ato foi realizado na madrugada do dia 24 de setembro, faltando apenas oito dias úteis para o julgamento.
A defesa argumenta que o prazo curto impede pesquisa detalhada sobre os jurados escolhidos, um direito que garante a imparcialidade do conselho de sentença.
Ricardo Seidi segue preso. Já a avó, Terezinha de Jesus, com quem Eduarda morava, é acusada de ter ajudado na ocultação do corpo, mas responde ao processo em liberdade.
Com este adiamento, o julgamento já acumula seis mudanças de data, incluindo duas transferências de comarca, primeiro para Londrina e depois para Maringá, e suspeitas de parcialidade.
A mãe de Eduarda se manifestou em suas redes sociais.
"A nossa família está devastada. Mais uma vez, o julgamento foi adiado. Já se passaram mais de seis anos desde que a nossa menina nos foi arrancada de forma cruel e covarde, e seguimos sem resposta, sem Justiça, apenas com a dor que nunca terá fim.
Cada adiamento é um golpe profundo, é como se a vida da Eduarda fosse diminuída, como se a memória dela pudesse ser esquecida. Mas não será. Eduarda tinha apenas 11 anos, carregava sonhos, esperança e um futuro que lhe foi roubado de maneira brutal.
Estamos indignados, revoltados e exaustos. É desumano submeter uma família a tamanha espera, a tantas frustrações e a esse silêncio que nos corrói. O que queremos é o mínimo. Justiça!
Justiça pela Eduarda, pela criança que ela foi, pelos sonhos que ela não pôde viver. Nossa dor é coletiva, é de toda a família, dos amigos e a cada dia sem Justiça, ela se torna ainda mais insuportável. Não aceitaremos que a vida da nossa Duda seja tratada com descaso."
"Pela 6ª vez que mataram minha filha"