O Conjunto Flores do Campo, na zona norte de Londrina, vive há anos uma realidade marcada por incertezas e infraestrutura precária. A ocupação, que abriga centenas de famílias, está no centro de um novo levantamento conduzido pela Companhia de Habitação de Londrina (Cohab), com o objetivo de promover uma mudança definitiva.
O presidente da Cohab, Luciano Godoy, explicou que está
sendo feito o recadastramento das famílias que vivem na área. “Estamos realizando
aqui no Flores do Campo o recadastramento das famílias. Precisamos dessas
informações para formular políticas públicas efetivas. Queremos saber quem são
os ocupantes, se são estrangeiros, se já são natos ou naturalizados. Isso é
fundamental para pensar em soluções de habitação”, afirmou.
A situação atual do local é bastante crítica. As ligações
de água e energia elétrica são clandestinas, não há asfalto nem rede de
saneamento básico. No último levantamento, feito em 2023, foram identificadas
425 famílias residindo na área — cerca de 60% delas formadas por imigrantes
venezuelanos.
O novo recadastramento reacende a esperança de que essas
famílias possam, futuramente, ser realocadas para moradias regulares. Londrina
tem hoje mais de quatro mil famílias vivendo em áreas irregulares, sendo o
Flores do Campo apenas uma delas.
Com os dados obtidos, a Cohab pretende buscar apoio
federal. “Na próxima semana, estaremos em Brasília, em reunião com o Ministério
das Cidades, a Secretaria Nacional de Habitação e a Caixa Econômica Federal,
buscando um acordo jurídico para apresentar ao Tribunal Regional Federal da 4ª
Região. A ideia é viabilizar uma solução definitiva para essa situação”,
afirmou Godoy.
A expectativa é que, com o apoio das autoridades federais,
seja possível garantir recursos para construção de moradias e a regularização
definitiva da área.