Festa Literária inédita em Londrina começa nesta sexta-feira

Começa nesta sexta-feira (14), a partir das 13h, a primeira edição da Festa Literária de Londrina (Flil), com programação na Biblioteca Pública Municipal, na avenida Rio de Janeiro, 413, Centro. Com financiamento da Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, a festa é inspirada em eventos literários já tradicionais no país, reunindo intensa programação em torno do livro, da leitura e da cadeia produtiva da literatura. Com dois dias de atividades, a festa traz 30 editoras e livrarias para uma feira de livros, além de três apresentações artísticas, dois bate-papos, 11 lançamentos de livros e uma oficina. A programação é inteiramente gratuita e conta com atividades para todas as idades.

“A Flil nasceu com a intenção de aquecer o mercado literário local, ofertando aos escritores, livreiros, editores e livrarias locais um espaço para profissionalização, divulgação e comércio. Mas o projeto também busca os leitores e leitoras da cidade e tem foco na democratização do acesso à literatura de maneira ampla, seja escrita, falada ou cantada”, comenta Isabela Cunha, uma das coordenadoras do projeto.

A estrela do evento é a feira de livros, inédita na cidade, que ocorrerá na sexta-feira, das 13h às 19h, e no sábado, das 10h às 17h. “Nós reunimos 30 expositores da área da literatura. Temos editoras de abrangência local e nacional, com títulos para todas as idades”, explica Rafael Silvaro, que também coordena o projeto. A feira ainda tem espaço para editoras e escritores locais, além de sebos e livrarias infantis. “A gente apostou na diversidade, em todos os sentidos. A ideia é que cada pedaço da programação da Flil, incluindo a feira, seja uma celebração da literatura”, comenta.

Programação Artística – No primeiro dia, o evento inicia com lançamento de livros de artistas locais e regionais, sendo seguido da primeira apresentação artística, voltada ao público infantil. A contação “Histórias sem pé nem cabeça, mas com coração”, da Palhaça Adelaide, narra as histórias de como nasceram a chuva, o sol e o arco-íris, abordando de uma forma cômica e particular a importância da liberdade, respeito às diferenças, amor próprio e empatia.

Ao fim da apresentação, às 17h, ocorre a abertura oficial da Flil com o bate-papo “Palavra e poder”, onde a poeta e rapper londrinense Ligia Braga (Cleópatra) encontra o Oloyè Robson Borges Arantes para discutirem a relação entre as palavras e o poder. Neste encontro, a experiência da palavra periférica vinda do rap, do slam e das batalhas de rima, se encontra com as palavras sagradas e de encantamento que sobrevivem na cultura afro-brasileira e buscam responder se é possível conquistar poder por meio da palavra.

Para encerrar a programação do dia, o Sarau Tomar a Palavra ocupa a calçada da biblioteca. Guiado pela jornalista e escritora Layse Barnabé de Moraes, a atividade propõe um movimento duplo em relação à escrita das mulheres. Primeiro haverá a leitura de poemas de autoria feminina, seguido da leitura de poemas e outros textos escritos por todas elas. Na ocasião, escritoras da cidade e o público presente são convidados a tomar a palavra, dando forma a um sarau coletivo.

No sábado (15), a programação começa mais cedo, a partir das 10h, com a feira de livros, onde também ocorre o lançamento de autores locais. A partir das 14h, inicia a oficina Escrevinhaço, organizada pela Editora Outra, que convida o público para uma escrita coletiva, partilhada entre todos os presentes. A ideia é ocupar o espaço da Biblioteca com uma grande roda de escrita, conduzida com troca de ideias e proposição de exercícios, que podem, posteriormente, virar apresentação com o microfone aberto.

Após isso, a programação conta com o bate-papo “Panoramas e visões de uma literatura londrinense”, com a escritora e editora Amanda Damasio, o escritor Danilo Brandão, as veteranas Edra Moraes e Karen Debértolis, a rapper Ligia Braga, o ator e dramaturgo Luan Valero, a jornalista e escritora Layse Barnabé e o rapper W MC. Sendo autores e autoras de distintas gerações da literatura local, apresentarão seus pontos de vista nos contextos dos livros, das batalhas, dos saraus, das linguagens transversais, considerando também as diferenças de gênero, raça e classe, a fim de construir juntos um panorama coletivo sobre o cenário atual da literatura em Londrina.

O encerramento da festa será realizado pela poeta, rapper e slamer londrinense Cleópatra. Conhecida das batalhas de rima, apresenta seu trabalho feminino, poético e visceral, colocando a voz da rua em um show intenso e forte, recheado de RAP, boombap, samba, trap e drill, mas sobretudo, com a força da oralidade e a potência da poesia periférica, falada em todos os cantos do Brasil.