Mães prestaram depoimentos nesta segunda-feira (08) ao NUCRIA sobre casos de abuso sexual dentro de CMEIs de Cascavel, envolvendo o agente de apoio que foi condenado por abuso sexual e outros agentes.
No momento, uma CPI discute a demora no afastamento do vereador do contato com as crianças dentro dos CMEIs, mesmo após a primeira denúncia vir a público.
Segundo uma das mães que prestou depoimento ao NUCRIA na tarde desta segunda-feira (08), esse não seria o único caso de abuso sexual dentro de CMEIs que demorou para ser investigado: “Não é só esse caso, tem uma mãe aqui de um outro agente que foi com a filha dela, que está sendo investigado. Hoje ele não está mais na rede. Existem casos que mães me procuraram nas redes sociais, de 2017, 2018. Eu queria entender o que será feito dessa CPI, porque, das nossas crianças, quem pagará o preço seremos nós, pais.”
Ela ainda completa, emocionada: “Quantas crianças a mais vão precisar ser abusadas dentro de uma escola para a população entender que o que a gente está fazendo não é política.”
Uma outra mãe, que também prestou depoimento, relatou o que aconteceu com a filha dela, de 3 anos, em outro CMEI da cidade: “O caso dela foi na hora do soninho, por outro agente de apoio. Eu descobri porque, um ano depois, ela relatou para a gente, em um momento espontâneo, que estávamos comendo, e daí ela falou: ‘Pai, coloca o dedo na minha língua para ver que está quente.’ E aí ele falou: ‘Não, filha, a gente não pode porque a mão da gente é muito suja.’ Mas aí ela falou: ‘Ai, pai, na hora do soninho está o professor, me dá uma cobertinha, pede para eu tapar meus olhos, abrir a boca e tirar a língua para fora, e ele coloca alguma coisa na minha boca, só que eu não vejo o que é porque estou com os olhos fechados.’”
A mãe ainda completa o relato: “Ela relatou em desenho que é liso e parece um dedão, mas ela não sabe o que é. Aí eu fui lá na Semed, porém o que que eles me falaram é 'a gente não pode mais afastar o servidor porque sua filha não está mais no CMEI e não corre mais risco.' Aí eu pergunto e as outras crianças? Porque que defendem? Ele só saiu do CMEI porque ele abriu uma empresa e não porque ele foi exonerado''
Segundo a mãe que deu o relato chocante acima o abuso teria ocorrido em 2020.
A Secretaria Municipal de Educação de Cascavel se manifestou sobre o caso em nota:
A Secretaria Municipal de Educação de Cascavel informa que tomou conhecimento ao início da noite desta segunda-feira (8), através da imprensa, de uma denúncia feita por uma mãe de uma criança em um Cmei do bairro Jd. Itália, envolvendo suposto caso de assédio sexual atribuído a um professor de um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI).
Quanto ao fato, relatado em 2020, a secretaria irá confirmar no início da manhã com as diretorias anteriores, mas informa que em 2022 um caso no Cmei Maria Vaz Meister chegou ao conhecimento da Semed, que prontamente adotou os trâmites legais de apuração e, após confirmação durante o período do processo, exonerou o servidor.
Reiteramos que toda denúncia deve ser repassada à Secretaria ou ao Nucria para que seja apurada com o rigor do processo legal.