Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em uma operação deflagrada na manhã desta segunda-feira (24) em Londrina.
Essa é a segunda fase da ação chamada de Sangria que apura desvios e má administração de recursos do Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança, Vigilância, Serviços Orgânicos e Similares de Londrina e Região.
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Os mandados foram autorizadas pelo Juízo da 3ª Vara Criminal do Foro Central de Londrina. Foram alvos dos mandados clínicas médicas que teriam emitido documentos fictícios a favor do sindicato, colaborando assim com os desvios de recursos que estão sendo investigados.
"Ao longo da investigação verificou-se uma possível utilização de documentos falsos e emissão de notas frias por clínicas que prestam serviço médico ao sindicato o que pode ter possibilitado os desvios de verbas constatados", explicou o promotor do Gaeco, Leandro Antunes.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) investiga o esquema há cinco anos e estima que, neste período, o desfalque foi de R$ 6 milhões, valor que foi bloqueado pelo juiz na primeira etapa da operação.
"É possível que ao longo da investigação se conclua que parte do valor seja legal. Constatamos uma movimentação muito grande em dinheiro nas contas dos investigados antes da operação. Na quebra do sigilo bancária se descobriu vários saques em dinheiro, compra de veículos e imóveis em dinheiro vivo. Isso nos chamou a atenção. Existiam muitos saques em dinheiro", detalhou o promotor.
O Gaeco afirma que o dinheiro do sindicato foi utilizado para compra de bens em dinheiro, inclusive em nome de terceiros. Se constatada a irregularidade, os suspeitos podem responder pelo crime de lavagem de dinheiro.
Clínicas médicas
Na manhã desta segunda-feira (24), as buscas foram realizadas nas sedes de três clínicas médicas que prestavam serviços ao sindicato e em duas residências dos administradores das empresas, todas com endereços em Londrina.
As clínicas ficam na Avenida São Paulo e na Rua Espírito Santo. Nos locais foram apreendidos documentos como requisições médicas, registros contábeis, cadastros de pacientes, notas fiscais, comprovantes de prestação de serviços, celulares e computadores.
Também foram cumpridos mandados em residências localizadas na zona sul de Londrina. Ninguém foi preso.
Nesta etapa da operação, o Gaeco conta com o auxílio de uma equipe de auditoria contábil lotada no Centro de Apoio Técnico à Execução (CAEx) do MPPR.