O advogado de defesa de Samuel Corrêa dos Santos, de 22 anos, chegou à Delegacia de Homicídios pouco antes das 16h. Dentro do carro estava o rapaz acusado de atropelar e matar o sogro.
Ele desceu rapidamente e entrou para prestar depoimento. Durante mais de uma hora, Samuel tentou explicar por que atropelou o sogro.
Segundo o advogado, tudo será esclarecido ao longo do processo. A tese da defesa é de que Samuel não teve intenção de matar o pai da esposa.
“Ele voltou para buscar um produto que tinha deixado. Ele trabalha com limpeza de piscina. A vítima começou a agredi-lo com empurrões, palavras chulas, tapas… e ele foi tentando sair do local, até que conseguiu entrar no carro. Quando entrou no veículo para ir embora, a vítima entrou na frente. Já tinham ligado para o Siate, e quando falaram que o socorro já estava a caminho, ele saiu porque disseram que a vida dele estava em risco. Então ele foi direto ao nosso escritório”, explicou o advogado Israel Dias, defensor de Samuel.
Após ser atingido pelo carro conduzido pelo genro, José Luiz Paio Júnior, de 41 anos, caiu próximo a uma canaleta.
Equipes de socorro foram até a Rodovia Carlos João Strass, no distrito da Warta, mas o homem não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
“Ele falou assim: ‘Doutor, se eu soubesse, eu não teria ido trabalhar naquele dia’. Já pensou? Uma pessoa de 22 anos, que está construindo a vida agora… acontecer uma fatalidade dessas na vida do rapaz”, pontuou o advogado Israel Dias.
Segundo o delegado Miguel Chinini, o fato de Samuel ter se apresentado espontaneamente não muda a avaliação da polícia sobre o caso: “São duas qualificadoras: a primeira, o motivo fútil, e também a de impossibilitar a defesa da vítima. Ele acelerou bruscamente, causando o óbito.”
O veículo que Samuel conduzia foi apreendido e passará por perícia. Samuel foi preso preventivamente e encaminhado à cadeia, por não ter prestado socorro e por ameaçar uma testemunha do fato.