Esta segunda-feira (10) marca o quarto dia das manifestações de motociclistas de aplicativo contra as condições de trabalho impostas pelas empresas, principalmente as de alimentos. Os manifestantes estão concentrados nas entradas dos principais shoppings de Londrina e impedem a retirada das entregas por outros motociclistas.
Uma das principais reclamações é sobre a distribuição e valores pagos pelo trabalho, considerado por eles desiguais. De acordo com os manifestantes, existem dois tipos de entregadores, os que trabalham como “nuvem” e os que trabalham como OL (Operação Logística), e a segunda categoria tem recebido a maioria das entregas.
“Quatro dias que a gente tá parado. A gente tá parando todas as praças da cidade. A gente tá pedindo o fim da ‘sub-praça’, que é uma modalidade que o aplicativo criou de privilégios, praticamente 70% das entregas vai para essa categoria e derrubou a nossa. A nossa demanda caiu, então quem fazia 20, 30 entregar por dia, hoje faz três, cinco, trabalhando catorze, quinze horas. O que a gente tá pedindo é o fim disso, distribuição de entregas e igualdade para todos”, disse o entregador Ivan Souza.
Há quase dois anos como entregador da plataforma, Daniel Molina acredita que, pela quantidade de estabelecimentos cadastrados e de vendas pelo aplicativo, existe espaço para todos os entregadores realizarem um número grande de entregas.
“A gente não aceita que o aplicativo, do tamanho do Ifood, faça isso com a gente. A gente tá lutando contra o fim da ‘sub-praça’ e a distribuição igual para todo mundo. Se o cara tem o cadastro aprovado na plataforma e ele tá na rua, ele tem o direito de ganhar o mesmo tanto”, afirmou Daniel.
Segundo os manifestantes, se a plataforma não redefinir a distribuição de entregas, a paralisação deve continuar.