A gente fala agora sobre a Santa Casa de Campo Mourão. Completou uma semana que o hospital está sob o comando da prefeitura de Campo Mourão, que assumiu a gestão diante da crise financeira vivida pela unidade. Um hospital que já foi referência para uma grande região, vive dias de luta para não fechar as portas.
Uma gigantesca estrutura… enferma. Corredores vazios, leitos desocupados. São sintomas da crise financeira. O hospital tem mais de 60 milhões de reais em dívidas, segundo a diretoria.
Com a crise, surgiram os desfalques e o fechamento de algumas alas. Enquanto a gente vê outros hospitais lutando para ter estrutura, a Santa Casa era uma referência de procedimentos cirúrgicos, com nove salas, para cirurgias de alta e média complexidade. Mas desde agosto do ano passado essa estrutura está fechada e os leitos estão vazios.
Dos 160 leitos disponíveis na Santa Casa, metade está em uso. Às vésperas do feriado de carnaval, a gota d’água: o hospital informou que não teria condições de fechar a escala médica da UTI Neonatal. Dez bebês foram transferidos, às pressas, de helicóptero para outros hospitais do Paraná.
Com a UTI Neonatal fechada, o hospital também parou de realizar partos de alto risco. As mães estão indo para outras unidades. Recentemente, uma mãe foi transferida de ambulância para Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, a 430 km de Campo Mourão.
Com 37 semanas, esta gestante, de alto risco, ainda aguarda transferência. Faz uma semana que a prefeitura de Campo Mourão fez uma intervenção na Santa Casa. A antiga diretoria foi dissolvida e uma equipe destacada para gerir o hospital pelos próximos 12 meses. O objetivo é restabelecer os serviços suspensos e cuidar da saúde financeira da unidade.
A Santa Casas de Campo Mourão atende pacientes de 25 municípios da Comcam, onde vivem cerca de 300 mil habitantes. Na última sexta-feira, o secretário estadual de saúde garantiu ajuda financeira do governo para manter a unidade em funcionamento.
Um fôlego para o hospital que quase deixou de respirar.