Diante da falta de avanços nas negociações entre o governo brasileiro e os Estados Unidos, o Sistema FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) expressou preocupação com os efeitos da tarifa de 50% imposta por Washington sobre diversos produtos nacionais — medida que afeta diretamente setores estratégicos do agronegócio paranaense.
Entre os segmentos mais impactados estão o setor florestal, a piscicultura, a cadeia do café e derivados bovinos. Em 2024, os EUA foram o segundo principal destino das exportações do agro paranaense, movimentando US$ 1,5 bilhão.
Os reflexos da nova tarifa já são sentidos com força. No setor florestal, por exemplo, há registros de cancelamento de contratos, suspensão de embarques, retenção de contêineres em portos e demissões em larga escala. A piscicultura, com destaque para a produção de tilápia — na qual o Paraná é líder nacional —, é uma das mais atingidas: 97% da tilápia exportada tinha como destino os Estados Unidos.
A ABIPESCA (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados) também manifestou preocupação com os efeitos da tarifa, apontando riscos à sustentabilidade de toda a cadeia produtiva, especialmente para pequenos produtores e cooperativas que investiram em estrutura e tecnologia.
A FAEP cobra celeridade do governo federal nas negociações para reverter a medida e evitar um colapso em setores essenciais para a economia do Paraná.