Após relatos de famílias enfrentando dificuldades para conseguir tratamento adequado para dependentes químicos em Cascavel, nossa equipe foi entender como funciona a rede de atendimento no município e quais os caminhos disponíveis para quem precisa de ajuda.
A entrada no sistema começa pelas unidades de saúde, onde médicos realizam uma avaliação e, conforme a gravidade, indicam os encaminhamentos possíveis. O tratamento é conduzido por duas secretarias: a da Saúde e a de Cidadania, Proteção à Mulher e Políticas sobre Drogas.
No caso de crianças e adolescentes, o acompanhamento é feito pelo CAPS AD e, se houver necessidade de desintoxicação, pelo Hospital Universitário. Para adultos, o serviço indicado pode ser o CAPS 3 – SIMPR, mas há fila para o atendimento. Quando o caso exige internação psiquiátrica, o atendimento depende do Estado, que possui oferta limitada de leitos, com a unidade mais próxima localizada em Umuarama. A quantidade reduzida de vagas é um problema que se arrasta há pelo menos duas décadas.
A Prefeitura de Cascavel mantém a compra de vagas em comunidades terapêuticas e clínicas especializadas. São investidos cerca de R$ 1,5 milhão por ano, com valor aproximado de R$ 20 mil por internação. Durante a chamada Operação Resgate, realizada em março e abril, cerca de 60 pessoas foram internadas.
Atualmente, há 60 pessoas na fila aguardando uma vaga. O vereador Hudson Moreschi, que acompanha a situação há anos, afirma que é urgente ampliar a atenção à recuperação de dependentes, reforçando que o problema não é apenas de saúde, mas também social e familiar.