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Usina Cultural promove palestra deJuliana Barbosa sobre o papel da mulher preta na cultura

Palestra será neste sábado (dia 27), na programação do projeto “Pontes de Cultura”, parceria da Usina Cultural com a Secretaria de Cultura de Londrina
24 set 2025 às 10:03
Por: Assessoria de Imprensa Usina Cultural
Foto: Assessoria de Imprensa

Na programação do projeto “Pontes de Cultura”, a Usina Cultural promove, neste sábado (dia 27), às 19h, a palestra “A mulher preta e seu espaço na cultura”. A fala é da pesquisadora e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Juliana Barbosa. A atividade é totalmente gratuita e as inscrições devem ser feitas pelo Sympla, neste link: https://encurtador.com.br/hJSzO


A palestra “A mulher preta e seu espaço na cultura” integra o projeto “Pontes de Cultura - engrenagens do futuro”, realizado pela Usina Cultural, com recursos do Governo Federal, por meio da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (Pnab), em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de Londrina. A Usina Cultural fica na avenida Duque de Caxias, nº 4.159.


“O samba, por exemplo, foi um dos principais espaços de sociabilidade criado pelo povo negro escravizado frente às opressões do Brasil colonial. A mulher negra teve papel central na formação dessa cultura, mas essa presença foi silenciada como consequência do racismo e do machismo”, afirma Juliana Barbosa, pós-doutora em Estudos da Linguagem, com pesquisas em samba e carnaval como cultura afro-originada. Juliana Barbosa é jurada do Estandarte de Ouro (O Globo) há quatro anos. 


A abordagem que Juliana Barbosa fará, durante a palestra, inclui reflexões sobre raça, gênero e classe social na construção de identidades e narrativas culturais, com foco especial na literatura negra como forma de expressão e resistência. “As discussões de classe não devem estar dissociadas de outros marcadores sociais que potencializam as opressões. No Brasil, as pessoas que predominam na base social na pirâmide das desigualdades sociais têm gênero e raça definidos.”


Relações Públicas, formada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), com mestrado, doutorado e pós-doutorado pela UEL, Juliana Barbosa é professora, desde 2022, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Na universidade, ela atua, também, nos projetos de extensão Agência Escola de Divulgação Científica e Museu de Territórios Afro-paranaenses. Juliana Barbosa concedeu uma entrevista, realizada de forma remota. Confira abaixo.

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O tema da sua fala é “A mulher preta e seu espaço na cultura”. Como você caracteriza esse espaço?

J: Olhando para a força política da arte, vejo a cultura como um lugar estratégico na sociedade. As manifestações culturais, em suas diferentes linguagens, têm potencial para elaborar identidades de grupos, expressar sentimentos, formar opiniões, denunciar problemas, entre outras possibilidades. O samba, por exemplo, foi um dos principais espaços de sociabilidade criado pelo povo negro escravizado frente às opressões do Brasil colonial. A mulher negra teve papel central na formação dessa cultura, mas essa presença foi silenciada como consequência do racismo e do machismo.


Quais os avanços para a mulher preta na cultura, nos últimos anos?

J: Percebo avanços quando alguns apagamentos começaram a ser corrigidos, por meio de histórias que vão sendo reescritas e lugares que vão sendo ocupados. Uma das maiores sambistas, D. Ivone Lara, compunha desde os 12 anos, mas só foi assinar uma obra depois dos 40, pelo único fato de ser mulher. Hoje a realidade é outra, há mulheres compondo, cantando, tocando, dançando, pesquisando e atuando como produtoras na cultura do samba. O coletivo Mulheres na Roda de Samba, criado pela cantora carioca Dorina, vem dando visibilidade a esse movimento por todo o Brasil. Mas não se trata de uma vitória definitiva, é um embate entre forças desiguais, que só avança por meio de iniciativas fundamentadas em discussões de gênero e raça. A implementação de cotas e políticas públicas de inclusão é fator decisivo nessas mudanças, ampliando as oportunidades de participação de mulheres negras em diversas esferas sociais.

 

O movimento identitário recebe críticas dos conservadores e de parte dos progressistas e um dos argumentos é que o avanço tem de ser via classe social e não identidade. Qual a sua opinião sobre essas críticas?

J: Na minha opinião, as discussões de classe não devem estar dissociadas de outros marcadores sociais que potencializam as opressões. No Brasil, as pessoas que predominam na base social na pirâmide das desigualdades sociais têm gênero e raça definidos. Desconsiderar este fato é ignorar a complexidade da questão.  A desigualdade se sustenta sob diversos pilares e uma mudança efetiva exige que toda a estrutura seja remanejada. 


Qual a contribuição da questão identitária para as conquistas da mulher preta?

J: Discutir aspectos relacionados à identidade gera consciência sobre lugares sociais e constitui uma ferramenta teórica e política para a mudança. Isso se reflete em diferentes aspectos, passando por exemplo pela estética, quando o cabelo crespo tem sua beleza ressignificada. Passa também pela construção do conhecimento. Um exemplo é o coletivo Acadêmicas dos Sambas, do qual faço parte, que reúne cientistas negras que estão construindo novas narrativas históricas sobre a cultura do samba e do carnaval através de suas pesquisas. Enfim, pensar identidade é pensar em histórias, ancestralidade, modos de ver a vida e pensar o futuro.


Alguma mensagem que você gostaria de deixar?

J: A desigualdade no Brasil é um projeto bem-sucedido que mobilizou elementos ideológicos, políticos, institucionais, educacionais, entre outras forças sociais capazes de garantir privilégios para determinados grupos. Qualquer mudança efetiva, portanto, exige interferências em todas essas esferas e não vai acontecer sem conflitos.

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