Um estudo que indica que pode haver piora da pandemia em Londrina a partir de julho foi tema da uma reunião pública com vereadores nesta quarta-feira (19).
A nota técnica avaliou dez municípios do estado e indicou que Londrina pode ter um aumento drástico de casos de covid-19 até junho. Segundo os pesquisadores, as medidas de flexibilização, como a retomada das aulas presenciais, podem ser consideradas seguras após a vacinação de 70% da população. A análise levou em conta dados epidemiológicos, taxas de vacinação e mobilidade urbana da população até meados de abril em: Curitiba, Foz do Iguaçu, Cascavel, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Guarapuava, Toledo, União da Vitória e Francisco Beltrão.
O coordenador do estudo, o biólogo e pesquisador Lucas Ferrante, do Inpa, informou que Londrina apresenta a situação mais crítica dentre os municípios avaliados, podendo ter um novo pico da covid-19 em junho, com diminuição da onda em agosto e manutenção de índices médios de dez mortes diárias até outubro. “Em todo o mês de maio, Londrina teve ter, em média, quase 200 internações em tratamento intensivo, [...] podendo chegar até entre 15 e 20 mortes diárias, permanecendo por maio e junho, se nenhuma medida restritiva for tomada. Então é um cenário preocupante”, revelou.
A pesquisa foi publicada por estudiosos do Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas (Inpa), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Conforme a pesquisa, o relaxamento do distanciamento social e o retorno das aulas nas modalidades presencial ou híbrida deve agravar a situação dos municípios avaliados, aumentando o número de casos, internações e óbitos, mesmo nas cidades que já tiveram quedas destes índices. Ferrante afirmou que, neste momento, é inviável o retorno das aulas presenciais na rede pública e a manutenção deste modelo nas escolas privadas, pois segundo ele, o uso de máscaras de tecido não é mais eficaz para evitar o contágio e as ações de higiene deveriam ser intensificadas ao ponto de higienizar os banheiros após o uso individual. “[Há] recomendação de implantação imediata de medidas mais restritivas, dada a situação que se aplica para Londrina. Londrina precisa de um lockdown, não existe outra saída neste momento, e o retorno híbrido ou presencial será seguro [...] quando a vacinação avançar para até 70% de toda a população”, assegurou.
A presidente da Comissão de Seguridade Social, vereadora Lenir de Assis, afirmou que o estudo será enviado para o município e para o governo do Paraná e defendeu que as aulas nas escolas estaduais não sejam retomadas na próxima segunda-feira (24), como prevê o Núcleo Regional de Educação (NRE). “Neste momento, estamos na iminência, no estado, do retorno às aulas, e fica o apelo dessa intervenção, para que, diante destes dados, [o NRE] possa urgentemente rever esse encaminhamento”, afirmou.
A reunião foi um pedido da APP-Sindicato, que apoiou a realização da pesquisa no estado.
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