Todos os locais
Todos os locais

Selecione a região

Instagram Londrina
Instagram Cascavel
Economia
Mundo

Pressionado, Fed deve fazer primeiro corte de juros desde dezembro

Em Wall Street, a aposta quase geral é de que o Fed começará o afrouxamento monetário com um corte de 0,25 ponto porcentual, segundo a plataforma CME Group
17 set 2025 às 10:34
Por: Band
Divulgação

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) deve cortar os juros pela primeira vez desde dezembro do ano passado na reunião que começou ontem e termina hoje. Mesmo com a inflação ainda fora da meta e que pode piorar em razão do tarifaço do presidente Donald Trump, a autoridade monetária terá o desafio de calibrar a política monetária sem causar danos à economia dos EUA, que tem dado sinais de desaceleração, com a criação cada vez menor de empregos. A reunião marca a estreia do indicado de Trump no Fed, o economista Stephen Miran.


Em Wall Street, a aposta quase geral - por volta de 96% dos analistas consultados - é de que o Fed começará o afrouxamento monetário com um corte de 0,25 ponto porcentual, segundo a plataforma CME Group. Se o movimento se confirmar, os juros americanos passarão para o intervalo de 4% a 4,25% ao ano, após cinco reuniões consecutivas nas quais as taxas permaneceram inalteradas.


A grande mudança desde a última decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) foi o sinal mais forte de esfriamento do mercado de trabalho nos EUA, o que elevou o desemprego no país. O primeiro alerta veio em julho, quando o país criou 73 mil novas vagas, ante expectativas que apontavam para 101 mil. Além disso, os dados de maio e junho foram revisados, o que resultou em uma baixa de 258 mil postos. Agosto chancelou a expectativa de corte de juros pelo Fed após os EUA criarem 22 mil empregos no mês, muito aquém dos 76 mil previstos.


"Resguardar o mercado de trabalho se tornou a principal prioridade do Fed, e é muito provável que isso leve a um corte de 0,25 ponto porcentual na taxa de juros nesta semana", diz o time de economistas do Goldman Sachs liderado por Jan Hatzius.


PREÇOS. Por sua vez, a inflação americana continua distante da meta do Fed, mas acelera praticamente em linha com as expectativas. Os recentes índices de preços ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) mostram que o impacto das tarifas de Trump se espalha pela economia, mas ainda de maneira limitada.

Outras notícias

Setor produtivo critica cautela do BC e cobra início do corte de juros

Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 2

BC mantém a Selic a 15%, o maior patamar em quase 20 anos


Casas como o Bank of America (BofA) e o Morgan Stanley, que descartavam cortes nos juros neste ano, mudaram de ideia diante da deterioração do mercado de trabalho nos EUA. Nas últimas semanas, também ganhou força a aposta em um Fed mais agressivo na primeira tacada do ano, podendo cortar os juros em até 0,5 ponto porcentual. É o que esperam o britânico Standard Chartered e o francês Société Générale.


Trump voltou a pressionar o presidente do Fed, Jerome Powell, pela queda das taxas no país. "'O muito atrasado' apelido que Trump usa ao falar de Powell precisa cortar as taxas de juros agora, e com redução maior do que tinha em mente", escreveu ele na segunda-feira, em postagem na Truth Social. Ontem, ele voltou a tratar do assunto. "A taxa de juros deveria ser muito menor", disse Trump. Questionado sobre a independência do Fed, ele respondeu: "Eles deveriam ouvir pessoas inteligentes como eu".


MAIS INFLUÊNCIA. Na reunião desta semana, Trump passa a ter mais influência sobre a autoridade monetária americana. O Senado dos EUA aprovou na segunda-feira o nome do seu indicado, o economista Stephen Miran, para um assento na diretoria do BC americano. É a primeira vez, desde a criação do Fed moderno na década de 1930, que um membro em exercício do Poder Executivo também servirá no banco central, segundo o The Wall Street Journal. Miran ocupa cargo como um dos principais conselheiros econômicos da Casa Branca.


Com sua chegada, alguns operadores preveem chances de até três votos dissidentes a favor de um corte maior, de 0,5 ponto porcentual. Além de Miran, os diretores Christopher Waller e Michelle Bowman poderiam defender uma tesourada maior, repetindo o que fizeram na reunião de julho. O feito seria inédito na história do Fed. "Seria a primeira vez na história que três membros do conselho de governadores do Fed votariam contra a decisão da maioria", disse o diretor-gerente e economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), Marcello Estevão, ao Estadão/Broadcast.


Menos "dovish" (jargão usado pelo mercado para indicar uma política monetária menos restritiva), o Morgan Stanley projeta apenas Miran votando pelo corte de 50 pontos. "Não esperamos outros dissidentes", diz o economista-chefe do banco para os EUA, Michael Gapen. Quem também teve a presença garantida, ao menos por ora, foi a diretora Lisa Cook. Um tribunal de apelação rejeitou o pedido de Trump para destituí-la do Fed na segunda-feira, um dia antes do início do encontro. A diretora se tornou alvo do republicano após ser acusada de fraude hipotecária.


PREVISÕES. Independentemente do tamanho do corte, os analistas americanos devem olhar com atenção as projeções econômicas do Fed. O Bank of America espera que o BC dos EUA continue apontando a expectativa de um corte total de 0,5 ponto, neste ano, e outra redução de mesma proporção em 2026. Mas os riscos apontam para chances de um corte total de 0,75 ponto em 2025, diz.


Outro ponto de atenção do mercado é a entrevista coletiva que Powell costuma conceder após a decisão de juros. Para economistas, Powell deve manter tom parecido com o discurso no Simpósio de Jackson Hole, no mês passado, quando ele mudou o tom e reforçou o alerta para o aumento dos riscos no mercado de trabalho. O Fed divulga a decisão de política monetária nesta quarta, às 15h (horário de Brasília). Powell comentará os resultados da reunião em entrevista à imprensa, que ocorre 30 minutos depois.

Veja também

Relacionadas

Economia
Imagem de destaque

Beneficiários com NIS final 1 recebem Auxílio Gás nesta quarta-feira

Economia
Imagem de destaque

Caixa começa a pagar Bolsa Família de dezembro

Economia

Preço da cesta básica de alimentos cai em 24 capitais, diz pesquisa

Economia

Brasil registra recorde com 4,6 milhões de pequenos negócios em 2025

Mais Lidas

Cidade
Londrina e região

Casal é flagrado em ato obsceno em plena luz do dia no Bosque Central de Londrina

Cidade
Cascavel e região

O que se sabe até o momento da morte de homem em veículo incendiado no Interlagos

Cidade
Londrina e região

Moradores se mudam de chácara por medo após invasão de homem em Londrina

Cidade
Londrina e região

Alerta de sequestro em Londrina era desentendimento comercial, confirma PM

Cidade
Londrina e região

Sistema de Pouso por Instrumentos (ILS) será inaugurado no aeroporto nesta quarta-feira

Podcasts

Podcast Café Com Edu Granado | EP 42 | A Comunicação Liberta | Jeniffer Koyama

Podcast Falando de Gestão | EP 40 | A Importância da Capacitação Profissional | Ricardo Matsumoto

Podcast Pod Tah | EP 38 | Os Desafios do Empreendedorismo | Fernanda Garcia

Tarobá © 2024 - Todos os direitos reservados.