Após confusão durante uma manifestação realizada por estudantes na Universidade Estadual de Londrina na manhã desta quarta-feira (26), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) emitiu uma nota de repúdio contra atos de violência que teriam ocorrido durante a paralisação.
Os estudantes estavam organizados em defesa da educação e saúde públicas. Segundo a nota do DCE, a acusação de depredação do patrimônio público por parte do diretório é falsa: “o vidro quebrado de uma porta se deu por desgaste da mesma, tendo estourado a vidraça com o manuseio normal da porta”.
A nota reforça que durante a mobilização, grupos que não necessariamente tem o mesmo objetivo ou finalidade do que a gestão eleita também podem participar do ato. O diretório repudia, ainda, qualquer forma de violência ou depredação durante as manifestações.
O DCE também se utiliza da nota para denunciar a criminalização do movimento estudantil. “Durante toda a manhã, estudantes foram ameaçadas/os de ser prejudicadas/os caso participassem da paralisação por docentes, inclusive chefe de Colegiado de Curso, com reposição de aulas aos sábados ou sendo acometidas/os de faltas normalmente. Além disso, estudantes foram filmadas por um docente ao fazerem passada em sala, em nítido caso de assédio por parte do docente, que diz que estudantes estão cometendo crime ao denunciar o desmonte da educação e o preço dos alimentos no atual governo”.
De acordo com a assessoria da UEL, as aulas seguem normais nesta quinta-feira (27) e a reitoria não vai interferir em registros de falta dos acadêmicos.
Entenda o caso
Vídeos gravados de dentro de salas mostram participantes interrompendo as aulas dos estudantes que não aderiram ao protesto. Em uma das salas, uma manifestante chegou a bater boca com o professor que alegou que o ato era ilegal.
A manifestação foi divulgada em uma rede social do diretório. A publicação diz que a paralisação é em defesa "da educação e saúde públicas e contra a fome” e a favor de um candidato à presidência da república. A programação inclui mobilização na universidade durante a manhã e noite de quarta-feira (26) e intervenções no centro da cidade, na quinta-feira (27).
No post, um internauta perguntou se os alunos que não participassem do ato poderiam assistir às aulas normalmente ou seriam expulsos. O perfil do diretório respondeu que as salas não seriam esvaziadas, mas receberiam a visita dos participantes, que chamariam os estudantes para "somar na paralisação".
Segundo o artigo 37, da Lei das Eleições 9.504/97, manifestações a favor de um candidato são proibidas em espaços públicos e bens de uso comum.