O mestrando do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia da Universidad
e Estadual de Londrina (UEL), Georges Khouri, de 28 anos, foi eleito o inovador do ano pelo júri do Falling Walls Lab Brazil 2021, promovido pelo Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo. Foram 56 participantes de todo o Brasil, que apresentaram ideias inovadoras. O estudante desenvolveu o projeto de um teste sanguíneo rápido para baratear o custo e acelerar o diagnóstico de doenças como Chagas, leishmaniose e malária em regiões pobres. O projeto é denominado “Breaking the Wall of Misdiagnosis in Neglected Diseases” (Quebrando o muro de diagnósticos de doenças negligenciadas).
O teste desenvolvido por Georges, feito por imunocromatografia, pode diagnosticar as referidas doenças com apenas algumas gotas de sangue do paciente, assim como bactérias gram-positivas e gram-negativas. “São doenças consideradas ‘negligenciadas’, ou seja, que perpetuam situações de pobreza e subdesenvolvimento em suas regiões”, explica o pesquisador.
A análise do júri se concentrou em quatro pontos básicos, aos quais as ideias inovadoras deveriam responder – incluir questões de interesse, apresentar o problema, oferecer uma solução e uma prova da implementação. “A intenção dessa proposta é oferecer um diagnóstico rápido e barato para regiões que não oferecem estrutura”, comentou Georges.
"Um médico em uma região afastada, por exemplo, acaba medicando muitas pessoas para evitar uma proliferação de uma doença. Isso pode causar um fortalecimento de um protozoário, no caso da leishmania, e favorecer a disseminação da doença. Identificando esses indivíduos, podemos evitar esses problemas”, explicou o mestrando.
ETAPA INTERNACIONAL - Classificado para a etapa internacional, Khouri representará o Brasil no dia 7 de novembro, em Berlim. Participarão desta etapa 100 representantes de vários países, que concorrerão ao título “Breakthrough Winner of the Year” (Vencedor revelação do ano), na categoria Talentos Emergentes. Os custos da viagem e do evento serão inteiramente custeados pela DWIH São Paulo. Além disso, o pesquisador receberá uma contribuição de 500 euros, da Euraxess Brasil, para visitar um instituto de pesquisa da Europa.
“Farei o possível para trazer este prêmio para o Brasil e para a UEL. Eu acredito, como biotecnólogo, que a minha área existe para melhorar a vida das pessoas. Se eu conseguir melhorar a vida de uma pessoa com meu projeto, já estou satisfeito”, considera o pesquisador.