O Melhor da Noite desta sexta-feira (12) conversou com o goleiro Ramón Souza, que foi atingido por uma bala de borracha disparada por um policial durante a partida entre Grêmio Anápolis e Centro Oeste, pela 2ª divisão do Campeonato Goiano. Durante o papo, ele relembrou os momentos que antecederam a agressão e quanto deve levar para se recuperar até voltar a jogar.
"Após o apito final, teve um desentendimento entre o goleiro adversário, um dos nossos gandula. Deu um princípio de discussão, deu aquele tumulto, empurra, empurra, coisa normal de futebol. Aí aconteceu que chegaram os policiais, né? Eles já chegaram empurrando, mandando sair e apontando arma. Foi o momento em que um dos nossos atletas estavam de costas para um policial, esse policial empurrou o nosso atleta e meio que apontou a arma assim em direção ao rosto dele, sabe?!, contou.
Segundo o jogador, nesse momento, ele interferiu na situação para defender seu colega de trabalho. "Falei para ele abaixar a armar, e ele engatilhou. Nesse momento que dei um passo para trás, ele efetuou o disparo. A bala pegou na parte anterior minha coxa esquerda", disse.
"Fui atendido lá mesmo no estádio Jonas Duarte por uma UTI móvel que tinha lá. Eles fizeram todo o procedimento de sutura e lavagem todo lá."
Ramón disse que o disparo foi feito a mais ou menos um metro de distância e, por isso, o ferimento perfurou 4 cm da perna dele. "Ficou meio que fundo. Ainda não sei como que será a recuperação, né? Quando faço movimento de contração do músculo ainda sinto um pouco de dor. Por enquanto continuo mancando um pouco para andar", lamentou.
Por fim, ele disse que a família levou um choque quando soube da notícia, mas que tá recebendo o amparo de todos para retornar logo aos gramados.
"Agora, é sempre pensar positivo e continuar fazendo o que faço a minha vida toda aqui, trabalhar para poder voltar melhor ainda. Meu maior sonho, eu acho que como quase todo atleta profissional, é chegar na Seleção Brasileira", finalizou.