Todos os locais
Todos os locais
Mundo

Navio russo suspeito de espionagem coloca Marinha Brasileira em alerta

21 fev 2020 às 12:45
Por: Estadão Conteúdo

A Marinha brasileira monitorou durante uma semana um navio russo de pesquisa e inteligência suspeito de espionagem na Europa e nos Estados Unidos. O sinal de alerta foi aceso no último dia 10, quando o Centro Integrado de Segurança Marítima do Rio de Janeiro detectou o Yantar, uma embarcação de tecnologia avançada de sensores, dentro da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil. Logo após um primeiro contato, o navio sumiu do monitoramento, levantando a hipótese de que o equipamento AIS, que permite a sua localização, tenha sido desligado.

Uma operação de patrulha do navio foi imediatamente desencadeada. No fim da tarde do domingo, 16, um helicóptero da Marinha e um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) localizaram a embarcação a 50 milhas (80 quilômetros) das praias do Rio. Numa primeira abordagem, a tripulação russa não atendeu às chamadas. Depois, deu resposta evasiva à pergunta sobre o trabalho que realizava. O barco, nesse momento, já estava próximo do litoral carioca, numa área de cabos submarinos de internet, atracando na noite do dia 18 no porto do Rio, onde deve ficar até o fim de semana.

Um militar consultado pelo Estado disse que o desligamento do sistema de identificação pode envolver tentativas de espionagem ou procedimentos fora da normalidade pelo navio. Para ele, a navegação do Yantar pela costa brasileira não era ilegal, mas seu "desaparecimento" por seis dias foi considerado estranho. O que mais intrigou as autoridades náuticas foi o fato de a embarcação, que vinha do Uruguai, "reaparecer" perto dos cabos submarinos de comunicação que ligam o Brasil a outros países, após ficar por quase uma semana com o seu aparelho identificador desligado.

A embaixada da Rússia no Brasil não se manifestou nesta quinta-feira, 20, sobre a presença do Yantar em águas brasileiras. A Marinha brasileira, por sua vez, informou que não levanta suspeitas. Disse ainda que, na condição de responsável pelo controle do tráfego marítimo, adota procedimentos previstos em normas internacionais de navegação a serem cumpridas pelas autoridades marítimas.

Precedentes

Com sensores de alta tecnologia para rastrear o fundo do mar, o navio oceanográfico Yantar sempre esteve na mira de governos. A embarcação está há cinco anos em atividade. Desde seu lançamento, a Rússia costuma repetir que o navio de 5.700 toneladas e 108 metros atua em pesquisas científicas e em ajuda a outros países.

Outras notícias

Missão Polaris Dawn realiza primeira caminhada espacial comercial após adiamentos

Navio bate contra ponte que colapsa e cai com vários veículos nos Estados Unidos

Itaipu leva discussão sobre gestão compartilhada da água para conferência da ONU

Entre dezembro de 2017 e abril de 2018, o Yantar atuou nas buscas do submarino ARA San Juan, que desapareceu na costa argentina. Depois, em junho, ao passar pelo Canal da Mancha, a embarcação foi escoltada de forma preventiva pela Força Aérea do Reino Unido e tratada como um "navio espião" pela imprensa londrina. Em novembro de 2019, causou suspeita por desligar o radar no mar do Caribe e na costa dos EUA. Autoridades americanas levantaram a suspeita de que os pequenos submarinos transportados pelo Yantar operam especialmente no rastreamento de áreas de cabos submarinos.

Conexões

Os cabos submarinos ligam os servidores de internet de países de diferentes continentes. Estima-se que essas ligações respondam por 99% das comunicações transoceânicas e 97% das conexões de internet entre os servidores do mundo. Nesta semana, o serviço de inteligência da Irlanda flagrou agentes russos investigando cabos submarinos de fibra ótica que conectam a Europa aos Estados Unidos. A segurança dos dados que passam pelos cabos é uma preocupação central de Washington e Europa.

Na Zona Econômica, o Brasil tem direito exclusivo de exploração de todos os recursos marinhos, na água, solo e subsolo, como petróleo, gás natural e frutos do mar. A área corresponde a 3,6 milhões de km², espaço maior do que as regiões Nordeste, Sudeste e Sul juntas. Nesta zona marítima, o País também monitora e orienta o tráfego de embarcações.

A rede de comunicação nos oceanos é composta por 378 cabos submarinos, uma ligação de 1,2 milhões de quilômetros quadrados. É um sistema em expansão contínua. Além disso, esse mercado tem crescido continuamente, com diversos projetos em andamento para lançamento de novos cabos submarinos. Isso quer dizer que uma ruptura desses cabos pode não apenas causar danos gravíssimos à economia global, como deixar países inteiros sem acesso à internet.

O temor, no caso da Irlanda, é que pontos fracos na estrutura desses cabos pudessem permitir o hackeamento das informações ou até mesmo que eles pudessem ser cortados, interrompendo o tráfego de dados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Veja também

Relacionadas

Mundo
Imagem de destaque

Maior fornecedor de armas e drogas para o Comando Vermelho, é preso em bordel no Paraguai

Mundo
Josué da Cunha

Paranaense na Flórida, mostra cenário de destruição durante passagem do Furacão Ian

Mundo

Brasil tem “economia em plena recuperação”, diz Jair Bolsonaro na ONU

Mundo

Charles III é proclamado soberano do Reino Unido

Mais Lidas

Cidade
Londrina e região

Homem em situação de rua destrói objetos de lojas ao ter esmolas negadas em Londrina

Cidade
Brasil

Acidente no Centro de Londrina deixa motoristas feridas e carro tombado

Cidade
Londrina e região

UBSs não funcionam nesta sexta-feira com mudança de feriado em Londrina

Cidade
Londrina e região

Vídeos mostram homem tocando as partes íntimas na região central de Londrina

Paraná
Paraná

Cidades do norte do Paraná registram temporal com granizo nesta terça-feira

Podcasts

TURISMO

Podcast A Hora do Café - EP4 - Fernanda Corrêa da Rota do Café

A HORA DO CAFÉ

Podcast A Hora do Café - EP3 - Cris Malauz barista e empreendedora

VEJA

Podcast - Por Trás das Câmeras - EP6 - Conheça a história de Maika Martins

Tarobá © 2024 - Todos os direitos reservados.